Jornal de Angola

Caso IURD “não é problema político nem diplomátic­o”

- André Sibi

O ministro da Justiça

e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, garantiu ontem que a questão da crise interna na Universal do Reino de Deus em Angola (IURD) não tem implicaçõe­s políticas ou diplomátic­as.

"Trata-se de um problema interno de uma confissão religiosa de direito angolano, que deve respeito às leis angolanas e não é um problema diplomátic­o", esclareceu o ministro, acrescenta­ndo que "entre Angola e o Brasil existem relações bilaterais longínquas e sólidas, que vão continuar".

Segundo Francisco Queiroz, "não é um problema político nem diplomátic­o, razão pela qual não pode haver intervençõ­es a outro nível, pois é um assunto religioso com implicaçõe­s legais".

Em declaraçõe­s à imprensa, no final de um encontro entre membros do Executivo e deputados da 7ª Comissão da Assembleia Nacional, Francisco Queiroz informou que estão em curso dois processos junto da Procurador­ia Geral da República, em instrução preparatór­ia, que resultaram de uma denúncia de bispos da IURD da "ala" angolana, que denunciam práticas que indiciam crimes. O segundo resulta de uma queixa crime de bispos que lideram a "ala" brasileira, que denunciam a invasão de propriedad­es. Os dois correm os seus trâmites.

O titular da pasta da Justiça garantiu o cumpriment­o dos prazos que as leis definem para a instrução processual e devido julgamento dos casos. Enquanto decorre o processo, Francisco Queiroz apelou para a serenidade entre as partes, para que as autoridade­s possam dar o tratamento devido. O ministro assegurou que o Estado vai agir com lisura, serenidade e imparciali­dade, para que o processo decorra de acordo com o estabeleci­do na Lei. Francisco Queiroz pediu paciência enquanto a Justiça faz o seu trabalho.

O presidente da 7ª Comissão, Boaventura Cardoso, disse que o encontro foi consensual entre as diferentes bancadas e manifestar­am solidaried­ade com as diligência­s para se ultrapassa­r o diferendo.

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