Catoca regista perdas na produção
A produção diamantífera no Catoca, província da LundaSul, registou no primeiro semestre deste ano, por força dos efeitos da pandemia do novo coronavírus, uma quebra de 8,00 por cento, comparativamente a período homólogo de 2019.
Em comunicado, a Sociedade Mineira de Catoca dá conta que a redução é resultado do facto de a empresa estar a funcionar com menos de 30 por cento da sua força de trabalho e com apenas uma das duas centrais de tratamento que tem.
Durante o primeiro semestre, a Sociedade Mineira de Catoca produziu 3,4 milhões de quilates, 8,00 por cento abaixo daquilo que foi conseguido no primeiro semestre de 2019. Por força da Covid19, a empresa teve de dispensar mais de 70 por cento da sua força de trabalho, para cumprir com o isolamento social imposto pelas autoridades sanitárias.
A situação provocou a paralisação da Central de Tratamento 1 e de alguns equipamentos de grande porte.
Os dados actuais reflectem o grande desempenho da equipa de gestão e o comprometimento dos colaboradores que,apesardeestarememequipas reduzidas, estão a ser capazes de manter os níveis de produção dentro do previsto, associado às dificuldades que o actual contexto está a impor, ao encerramento de mercados de referência internacional de diamante e de canais de fornecimento de materiais necessários à produção.
Em relação ao tratamento do minério, a maior diamantífera nacional conseguiu nesse semestre 5,6 milhões de toneladas, menos 9,00 por cento comparativamente aos números do ano passado.
Quanto à massa mineira, no período em avaliação foram extraídos 5,3 milhões de metros cúbicos, que representam uma diminuição de 33 por cento, comparativamente ao primeiro semestre de 2019.
As empresas do sector dos diamantes vivem dias difíceis, consequências da pandemia do novo coronavírus, que exige a redução significativa do pessoal em serviço, aliada à problemática do mercado, que implica que as mineradoras fiquem sem atingir as receitas desejadas. “Isto tem exigido uma total revisão e adaptação dos planos de produção”, justificou Benedito Paulo Manuel, presidente do Conselho de Gerência e director-geral do
Catoca. Segundo Benedito Paulo Manuel, “essa é uma redução que nos deixa confortáveis, se considerarmos que estamos a trabalhar com apenas cerca de 30 por cento da força de trabalho, com grandes dificuldades impostas pelo actual contexto”.
O PCA acrescentou que embora a empresa esteja a trabalhar no quadro do “Plano de Crise”, tem honrado com os seus compromissos para com o Estado e fornecedores, bem como com as suas obrigações salariais junto do colectivo de trabalhadores, include indo os mais de 70 por cento que se encontram a cumprir o isolamento social nas suas bases familiares.
Sobre o “Plano de Crise”
Para limitar o impacto negativo da Covid-19, a Sociedade Mineira de Catoca desenvolveu um plano de crise, que está a implementar o reajustamento dos volumes dos planos de produção, face à paralisação de uma das fábricas de tratamento.
A empresa também suspendeu os trabalhos de prospecção em outras concessões e adiamento de alguns investimentos, optando pela realização de um melhor acompanhamento dos processos e a redução das principais despesas e insumos utilizados no processo produtivo, como energia, água, combustível e material utilizado no processo de emulsão.
Dentro do “Plano de Crise”, a maior atenção do Catoca vai mesmo para a redução de custos e inclui peças sobressalentes e suspensão de novas contratações. Localizada na província da LundaSul, a Sociedade Mineira de Catoca é a quarta maior mina do mundo, explorada a céu aberto, responsável por mais de 75 por cento da produção de diamantes do país. Com 25 anos de existência, Catoca é a empresa que mais gera empregos no sector privado da Lunda-Sul, gerando mais de cinco mil postos de trabalho, directos e indirectos, um número que pode crescer, se forem operacionalizados outros projectos previstos para os próximos anos.