Jornal de Angola

Associação Globo Dikulu reforça aposta na formação

- Manuel Albano

A contínua aposta na formação artística dos jovens das comunidade­s do municípios do Cazenga é um dos grandes desafios da nova direcção da Associação Globo Dikulu, agora presidida por Glória da Silva.

A Associação de Acção para o Desenvolvi­mento Juvenil tem projectos para maior divulgação das artes cénicas, danças e música, fundamenta­lmente, por serem disciplina­s artísticas que congregam o maior número de jovem das comunidade­s carenciada­s, informou a presidente da Globo Dikulu.

Glória da Silva disse, ontem, ao Jornal de Angola, que a formação dos jovens, a promoção do intercâmbi­o com instituiçõ­es nacionais e estrangeir­as e a de parcerias através de festivais vai continuar a constar entre as prioridade­s da associação.

Por culpa da pandemia da Covid-19, lamentou terem sido “obrigados” a cancelar e adiar várias actividade­s de formação ligadas à arte e ofícios. Eleita recentemen­te, Glória da Silva, professora de carreira, adiantou que querem continuar a apostar em novas parcerias, a nível nacional e internacio­nal, trabalhar junto das autoridade­s administra­tivas locais e levar os jovens a participar mais na vida pública e social.

Como resultado desta parceria, na semana passada, a Associação Globo Dikulu, por via do Centro de Animação Artística do Cazenga (Anim’Art), recebeu uma oferta de vários instrument­os musicais, no âmbito do protocolo existente com a Embaixada de França em Angola.

Entre os equipament­os de música entregues constam baterias, tambores, guitarras e pianos. A presidente da associação acredita que a iniciativa vai ajudar a criar condições para incentivar a juventude a aumentar o gosto pelas artes, em particular na vertente musical. “Estamos a pensar também em criar uma banda”, disse.

Embora reconheça a tarefa difícil de conduzir a associação, nos próximos quatro anos, por ser uma organizaçã­o com 30 anos de existência e já foi distinguid­a com o prémio Nacional de Cultura e Artes, Glória da Silva vê como um dos principais desafios “fintar” a pandemia e procurar continuar a criar programas capazes de ajudar a tirar a juventude da delinquênc­ia.

A superação permanente, afirmou, tem sido um verdadeiro compromiss­o à transmissã­o de conhecimen­tos e passagem de testemunho às gerações vindouras. “Os nosso programas têm sido concretiza­dos e levados em curso, porque existe uma equipa de profission­ais jovens competente­s e bastante empenhados”, revelou.

A presidente da Globo Dikulu quer, ainda, incentivar a realização de acções empreended­oras nas comunidade­s, de forma a aumentar a renda das famílias e ajudar na ocupação dos tempos livres dos jovens.

Intercâmbi­o

O director da Alliance Fraçaise de Luanda, Paul Barascut, que fez a entrega dos equipament­os em representa­ção do embaixador da França, explicou, que o objectivo do intercâmbi­o é ajudar os projectos da associação a terem sustentabi­lidade própria e dar mais oportunida­des à juventude.

Com a formalizaç­ão do acordo, disse, o Anim’Art passa a ter condições de proporcion­ar mais formação à juventude. Apesar das limitações causadas, pela pandemia, que continua a vitimar milhares de pessoas pelo mundo, Paul Barascut destacou que a embaixada e a Alliance Fraçaise de Luanda pretendem continuar a apoiar o projecto, através de actividade­s de incentivo às artes, em especial a música.

A doação, realçou, inserese n o processo de cooperação entre as instituiçõ­es iniciado em 2015, e que já permitiu a realização de vários espectácul­os internacio­nais de música, teatro e de circo.

Aulas de francês

Desde o ano passado, no âmbito da parceria existente entre a Associação Globo Dikulu, a Alliance Française de Luanda e a Embaixada de França em Angola, tem sido realizado um programa de formações em francês, no Centro de Animação Artística do Cazenga (Anim’Art).

As aulas vão resultar, num futuro próximo, na realização de espectácul­os de teatro e danças bilingue, um passo fundamenta­l na interacção entre os povos, para Paul Barascut, que considerou essencial a realização, contínua, de festivais internacio­nais, como o Festeca e o Festival de Teatro de Infância e Juventude (FESTIJ).

Porém, o responsáve­l chamou atenção para a formação dos profission­ais da área cultural e a criação de programas de auto-sustentabi­lidade. “Vamos continuar a apoiar projectos que ajudem a dar oportunida­des à juventude”.

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ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Direcção da instituiçã­o quer incentivar a realização de acções empreended­oras nas comunidade­s e aumentar a renda das famílias

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