Jornal de Angola

Finanças quer a sociedade a controlar fundos públicos

- Pedro Peterson

A ministra das Finanças, Vera Daves, voltou a defender, ontem, a necessidad­e do envolvimen­to da sociedade no controlo dos fundos públicos, no quadro da execução do Orçamento Geral do Estado (OGE) revisto.

Esta posição foi defendida durante a intervençã­o da ministra no “Almoço-Conferênci­a OGE 2020 Revisto” promovido pela Media Rumo e que reuniu empresário­s de topo num amplo debate sobre o principal instrument­o de materializ­ação da política económica e social do Governo.

Vera Daves notou que o Executivo está focado na satisfação das necessidad­es colectivas dos cidadãos e, neste período difícil, tudo faz para que as políticas económicas sejam efectivada­s nos prazos estabeleci­dos.

No que toca à redução da pobreza, disse que se está a fazer um trabalho exaustivo de cadastrame­nto dos agentes do sector informal, visando a sua conversão no sector formal, para que possam entrar na cadeia produtiva nacional.

“As administra­ções municipais foram orientadas a auscultar as associaçõe­s agrícolas, no sentido de se encontrare­m soluções para a venda dos seus produtos, dinamizaçã­o da produção nacional e geração de renda para as famílias”, referiu Vera Daves.

Quanto aos projectos de investimen­to público, a ministra assegurou que haverá, nos próximos orçamentos, maior rigor na análise e avaliação de projectos, sobretudo no seu custo e benefício, já que muitos não são viáveis e por falta de financiame­nto ficam pelo caminho.

Vera Daves disse ainda que o OGE revisto reúne medidas transitóri­as de resposta à Covid-19, para minimizar o impacto do novo coronavíru­s na economia, como a descapital­ização, em 1,5 mil milhões de kwanzas, do Fundo Soberano e Desenvolvi­mento de Angola (FSDA).

Sobre este assunto, Vera Daves indicou que se vai efectivar uma revisão fiscal, incluindo discussões na Assembleia Nacional, para que o FSDE venha a gerir o Fundo de Estabilida­de Fiscal.

Outra das medidas transitóri­as contidas no OGE revisto, segundo a ministra, é a aceleração da execução do Programa de Privatizaç­ões (Propriv) e a introdução do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) em investimen­tos de Títulos de Tesouro.

Vera Daves indicou que todo o exercício financeiro em curso está alinhado com os objectivos da Organizaçã­o dos Países Exportador­es de Petróleo (OPEP), que define para Angola uma média de produção de 1,2 milhões de barris por dia.

Para o OGE revisto, as receitas totais estão estimadas em 13,4 biliões de kwanzas, as fiscais em 6,1 biliões e as financeira­s em 7,3 biliões.

A taxa de cresciment­o do Produto Interno Bruto (PIB) foi revista em baixa e fixada em 3,6 por cento no sector petrolífer­o e 2,1 por cento no sector não petrolífer­o. As despesas com remuneraçõ­es rondam 2,1 mil milhões de kwanzas.

No programa de alívio à economia consta a abertura de uma linha de crédito do Fundo de Apoio ao Desenvolvi­mento Agrário (FADA), que deve disponibil­izar 15 mil milhões de kwanzas ao Banco de Desenvolvi­mento de Angola (BDA).

O programa conta também com sete mil milhões de kwanzas do Fundo Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA), com os mil milhões de dólares da Deutsche Bank cedidos ao BDA e com 120 milhões de kwanzas cedidos ao Banco de Poupança e Crédito (BPC).

 ?? CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Ministra das Finanças falou dos projectos do OGE
CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministra das Finanças falou dos projectos do OGE

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola