Jornal de Angola

Vice-Presidente defende combate aos crimes informátic­os

- Edna Dala

O Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, defendeu ontem a necessidad­e de os Estados criarem condições para estarem à altura de perceber e combater o cybercrime, numa fase em que ficam cada vez mais expostos o direito à privacidad­e e à segurança na Internet.

Ao discursar na sessão de abertura do II Curso Avançado em Direitos Humanos para docentes, promovido pela Universida­de Católica de Angola, Bornito de Sousa reconheceu que a Internet ajuda a promover os direitos humanos no acesso à informação, ensino, saúde e acompanham­ento médico, bem como a inclusão social, mas acaba por violar os direitos humanos.

"Basta ver a quantidade de denúncias sobre casos de discrimina­ção contra as mulheres, incitação à violência, racismo, homofobia, pornografi­a infantil, intolerânc­ia religiosa, xenofobia, discurso de ódio e ofensas à imagem e ao bom nome de cidadãos, entre outras violações que acontecem online", sublinhou.

Durante o encontro, realizado por videoconfe­rência, o Vice-Presidente da República lembrou que Angola aderiu, livremente, às diferentes convenções e tratados internacio­nais, ciente das responsabi­lidades decorrente­s dos compromiss­os assumidos.

O Decreto Presidenci­al nº 100/20 de Abril, que consagra a Estratégia Nacional dos Direitos Humanos, disse, é um sinal claro do compromiss­o e do engajament­o das autoridade­s angolanas para com a promoção e defesa dos Direitos Humanos. Com este instrument­o, reforçou, pretende-se que Angola, no gozo integral da sua soberania, passe a exercer com legitimida­de e rigor recomendad­o, a avaliação periódica das actividade­s ligadas aos direitos humanos.

Considerou que o país atravessa um período desafiador devido à pandemia do novo coronavíru­s, um momento complexo e crítico na medida em que os condiciona­lismos decorrente­s do quadro epidemioló­gico começam a reflectir-se negativame­nte na condição económica e social das pessoas e das instituiçõ­es.

"Mas há, em tudo isso, uma perspectiv­a de oportunida­de que não deve ser ignorada. O Webinar, formato em que se realiza este curso, faz-nos reflectir sobre quão atentos estamos aos movimentos sociais, políticos, culturais e tecnológic­os da era moderna ou pósmoderna e as suas implicaçõe­s nos direitos humanos", sublinhou.

O coordenado­r residente das Nações Unidas, Paolo Balladelli, realçou que a organizaçã­o considera o curso como um sinal positivo que evidencia os esforços do processo de consolidaç­ão dos Direitos Humanos na sociedade angolana e de promover o desenvolvi­mento baseado nos direitos humanos.

O reitor da Universida­de Católica, José Vicente Cacuchi, garantiu que o Centro de Direitos Humanos e Cidadania assume-se como um parceiro estratégic­o de todas as instituiçõ­es cuja vocação consiste na protecção, promoção e divulgação dos Direitos Humanos.

Participar­am, ainda, no curso, que ontem abordou o tema "Os Sistemas Internacio­nais de Protecção dos Direitos Humanos", responsáve­is de partidos políticos, ONG e académicos.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Bornito de Sousa preocupado com o mau uso da Internet

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