Muquipungos rendem última homenagem
Os “Muquingos”, referência habitual aos nativos do município de Quipungo, a 120 quilómetros do Lubango, rendem, hoje, a última homenagem ao general Kundi Paihama, na qualidade de figura emblemática e querida na região.
Os restos mortais chegaram ontem ao Lubango e foram colocados no ginásio da Universidade Mandume, para permitir que os lubanguenses e não só prestem a última homenagem. De seguida rumam à terra natal, onde são sepultados hoje, às 14h30.
Estão previstas a leitura de mensagens do Presidente da República, presidente da Assembleia Nacional, do MPLA, Ministério da Defesa Nacional, da família, das Forças Armadas e do governador da Huíla.
O sobrinho do malogrado, padre Jonas Pacheco, descreveu o actual momento como de “tremendo choque", pelas responsabilidades de Kundi Paihama para com a Pátria e familiares.
O pároco da Sé Catedral agradeceu as autoridades, em especial o Presidente da República, João Lourenço, por permitirem que o desejo do malogrado de ser sepultado na terra natal, ao lado dos progenitores, fosse cumprido.
O historiador José Ndambuca recorda, com nostalgia, a convivência com o malogrado, em Quipungo, Lubango e Cunene, em épocas de intenso conflito armado, invasão sulafricana e conquista da paz.
“Kundi Paihama foi um exímio e destacado combatente que não media esforços quando estava em causa a integridade física da população, sobretudo das zonas rurais ou desprotegidas”, afirmou.
O general reformado José Chiloya, um dos companheiros de batalha, afirmou que “o país perde um dos valorosos combatentes que se destacou em todas as guerras, a começar na luta pela conquista da Independência, da paz, da reconciliação e reconstrução nacional".
Para José Tchiloya, o mais difícil e complicado foi enfrentar os invasores sul-africanos por, na altura, serem aliados das FALA, ex-forças da UNITA. “As dificuldades que a tropa enfrentava no terreno, devido à escassez de meios bélicos, não constituíram entrave para Paihama, tendo mobilizado jovens para a defesa do território nacional”.
Destacou a iniciativa da criação do batalhão “Onças da Montanha”, cuja eficiência e táctica surpreenderam as forças inimigas, impondo respeito e protegendo vários bens públicos. Isso fez com que as zonas tidas como inseguras passassem a ser temidas e respeitadas.