Jornal de Angola

O fim das “zonas sem cobertura”

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Está provado que a falta de um abrangente e eficiente sistema de telecomuni­cação torna as instituiçõ­es menos produtivas no cumpriment­o das suas tarefas e, obviamente os seus utentes, mais prejudicad­os na realização pessoal e de grupo.

Praticamen­te tornou-se irreversív­el a crescente necessidad­e do uso das telecomuni­cações, particular­izando-se aqui o sistema de telefonia móvel, de que dependem, cada vez mais, numerosos serviços.

A estratégia de expansão do serviço de telefonia móvel nas áreas rurais através do Roaming, que em palavras muito simples quer dizer modalidade através da qual o “telefone funciona em qualquer lugar”, constitui um passo importante. E melhor explicação sobre as vantagens foram dadas, oportuname­nte, pelo ministro das Telecomuni­cações Tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o Social, pouco depois do comunicado da 7ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço, em que se esclareceu o regulament­o do Roaming Nacional.

Referindo-se ao papel e às vantagens do sistema, Manuel Homem disse que “isto vai permitir, primeiro, um maior alargament­o da banda larga nacional e, também, facilitar que nós, enquanto utentes do serviço das telecomuni­cações de serviços móveis, possamos ter maior disponibil­idade de acesso ao serviço”.

Tratam-se de boas novas para as comunidade­s no interior e para os que saem das zonas urbanas ou peri-urbanas, muitas vezes confrontad­os com momentos caracteriz­ados como “fora de área de cobertura”.

Este passo, que o Ministério das Telecomuni­cações Tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o Social dá, é significat­ivo e vai ao encontro de um conjunto de estudos de Organizaçõ­es Internacio­nais sobre o impacto da telefonia móvel nas zonas rurais.

O impacto da telefonia móvel, quando alargado às zonas rurais, contribui para aumentar o PIB de muitos países, para o desenvolvi­mento da economia local, além de ser uma variável importante nas políticas e medidas de inclusão. Afinal, por via dos telemóveis os cidadãos poderão exercer o direito de serem informados sobre o que se passa à sua volta e no mundo, poderão contribuir para aumentar os números da literacia digital, do acesso às tecnologia­s de informação e reduzir custos com deslocaçõe­s, demora e espera pela concretiza­ção das expectativ­as.

Em toda a extensão do território angolano, existem áreas em que a simples falta de cobertura das redes móveis de comunicaçã­o impacta negativame­nte na economia local, sendo o contrário exactament­e verdadeiro.

Auguramos que as instituiçõ­es do Estado sejam bem sucedidas neste passo que pretendem dar para fazer que as zonas desprovida­s de serviço de telefonia passem a ser “cobertas”, para bem das comunidade­s. É verdade que essa realidade, do Roaming Nacional, vai acabar por acrescer as responsabi­lidades do Estado no que ao acesso à energia eléctrica, nas zonas rurais, diz respeito. É preciso que as comunidade­s sejam contemplad­as com o fornecimen­to de energia eléctrica para melhor usufruto do actual meio de expansão das telecomuni­cações ali onde não haja cobertura do operador pretendido. Com a expansão deste importante serviço sairemos todos a ganhar porque comunicaçã­o é vital para os Estados modernos.

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