BCI retoma crédito com maior rigor nas garantias
Clientes que pretendem empréstimos devem apresentar uma garantia de qualidade, segundo o director de Marketing e Comunicação, Walsheider Fernandes
O Banco de Comércio e Indústria (BCI) retomou, há uma semana, a concessão de crédito aos clientes, depois da interrupção em Abril último, devido à reorganização interna, tendo em vista a privatização anunciada publicamente.
A partir de agora, os clientes que pretendam obter crédito no Banco de Comércio e Indústria (BCI) terão de apresentar uma garantia de qualidade, por causa das novas medidas do Banco Central, segundo o director de Marketing e Comunicação, Walsheider Fernandes.
Justificou que o banco nunca se fechou à cedência de crédito, mas sim esteve num processo interno de reestruturação da carteira creditícia. Informou ainda que os créditos continuam com os mesmos moldes, sobretudo, o “Crédito Salário”, o chamado Adiantamento Salarial, até seis meses e o “Cria Condições” até três ou quatro anos.
Além disso, o banco público tem no seu pacote de empréstimo o “Crédito Automóvel”e de “Seguro Automóvel”.
A equipa de reportagem do Jornal de Angola foi a três agências do Banco de Comércio e Indústria para constatar a veracidade da informação, tendo “in loco” verificado que os clientes já começaram a solicitar os créditos, em função do interesse de cada um.
Apurou-se que além dos documentos habituais para a concessão de crédito, o cliente tem de preencher um formulário de “Seguro de Vida” como garantia de qualidade. Isso acontece especificamente no caso do Adiantamento Salarial, cujo processo é feito pela STAS – Seguros de forma presencial nas instalações bancárias onde o cliente se dirigir. A taxa do seguro é em função do montante do crédito solicitado. Constatou-se também que o prémio de seguro exigido é bastante baixo. Por exemplo, se um cliente BCI solicitar adiantamento de até 350.000 kwanzas, fica na ordem de 7.480 mais ou
“Temos que apostar no gás natural e na possibilidade de descoberta de poços de gás não associados a um bom quadro regulatório até para consumo interno, essencialmente, para cobrir o défice eléctrico, já que a procura global de gás natural vai crescer nas próximas décadas e a de petróleo vai diminuir”, assevera.
Flávio Inocêncio defende uma aposta na exportação de derivados de crude com valor acrescentado em especial no sector petroquímico criando “joint-ventures” com multinacionais do sector. No caso, exemplificou a INEOS, BASF e outras, já que a procura por crude vai diminuir no sector de transportes nas próximas décadas, mas continuará nos produtos petroquímicos como borrachas, polímeros, plásticos e outros.
“Em toda a reforma do sector petrolífero deve-se considerar o potencial geológico e isso depende, em muito, de trabalhos sísmicos preliminares”, disse o especialista em Hidrocarbonetos, além de considerar igualmente a aferição das reservas potenciais de petróleo e do gás natural, cuja procura vai aumentar no “mix” energético global que, basicamente, é o consumo global de energia na relação do uso das fontes energéticas entre si. menos durante os seis meses.
Ainda sobre os créditos, o limite máximo é de até dois salários líquidos, a obrigatoriedade de “Seguro de Vida” para todos os prazos (1 a 6 meses) e uma taxa de esforço de 40%, conforme Aviso do Banco
Nacional de Angola (BNA).
Na semana passada, o BCI anunciou um resultado líquido de 4.185 milhões de kwanzas no primeiro semestre, invertendo as perdas observadas no mesmo período do ano passado, quando registou um resultado negativo de 1.867 milhões.
Numa nota, o banco declarou que o resultado foi impulsionado pela reversão de imparidades (quando a quantia recuperável é inferior à escriturada) sobre 8.049 milhões de kwanzas, 6.623 milhões dos quais afectos à carteira de crédito, o que acontece no quadro de uma estratégia de recuperação e diminuição do crédito vencido.