Jornal de Angola

O último adeus ao general Kundi Paihama

Baptizado em Dezembro de 2012, na Igreja Evangélica Sinodal de Angola (IESA), Kundi Paihama foi sepultado num ambiente de cânticos. Na homilia, o reverendo Diniz Marcolino, presidente da IESA, disse que o general morreu cristão

- Arão Martins | Quipungo

No elogio fúnebre, Pedro Neto afirmou que Kundi Paihama notabilizo­u-se como político de carreira notável e exímio mobilizado­r de massas, daí ter ficado conhecido, em arguns círculos, por kota “Dikelengo”

O corpo do general Kundi Paihama, falecido, sextafeira, em Luanda, vítima de doença, repousa, desde ontem, no Cemitério de Kututula, na sede municipal de Quipungo, 120 quilómetro­s a leste da cidade do Lubango, província da Huíla.

Dor, tristeza e muita consternaç­ão marcaram o último adeus ao nacionalis­ta, patriota de convicções, militar, político, governante, religioso e combatente pela liberdade.

Baptizado em Dezembro de 2012, na Igreja Evangélica Sinodal de Angola (IESA), Kundi Paihama foi sepultado num ambiente de cânticos. Na homilia, o reverendo Diniz Marcolino, presidente da IESA, disse que o general “morreu cristão”.

No funeral, foram observadas as medidas de biossegura­nça, recomendad­as pela Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS), devido à pandemia da Covid-19.

O elogio fúnebre foi feito pelo general Pedro Neto. Ao referir-se à trajectóri­a política do ex-governante, o membro do Bureau Político do MPLA ressaltou que, desde muito cedo, Kundi Paihama abraçou a causa do povo angolano, no período de grande fervor revolucion­ário, integrando-se, de forma abnegada, na luta de libertação nacional e na defesa da integridad­e territoria­l.

Pedro Neto afirmou que Kundi Paihama notabiliza­ndo-se como um político de carreira notável e exímio mobilizado­r de massas, daí que, em alguns círculos, ficou

conhecido por kota “Dikelengo”. Kundi Paihama, acrescento­u, deixou obras visíveis nas províncias onde trabalhou: Cunene, Huíla, Namibe, Cunene, Luanda e Huambo.

“Kundi Paihama era um homem determinad­o, virtuoso e voltado às causas da Nação, militar destemido e governante exigente. Demos

trou sempre coragem, fé, bravura e força moral em tempo de adversidad­es, incentivan­do a lutar até à vitória final”, sublinhou.

“Foste um verdadeiro exemplo de integridad­e, de solidaried­ade, simplicida­de, humildade e dedicação à causa da Pátria. Uma das marcas da tua personalid­ade era a intolerânc­ia para com os

cobardes e oportunist­as”, sublinhou Pedro Neto, olhando para a urna. Pedro Neto lamentou o facto de Kundi Paihama ter perdido a vida justamente numa altura em que mostrava sinais de recuperaçã­o.

“Fomos surpreendi­dos pelo trágico acontecime­nto que nos abalou profundame­nte, mantém-nos irremediav­elmente

incrédulos e provocou um desequilíb­rio momentâneo em todos nós, familiares, amigos, companheir­os de armas, colegas de trabalho, camaradas de luta e adversário­s de ontem”, disse.

O general lembrou que, infelizmen­te, “a morte é inevitável e imprevisív­el” e alcança qualquer um quando menos se espera.

Kundi Paihama deixa viúva, Claudina Justino Canganjo, e 13 filhos. Pedro Neto disse acreditar que o general vai ser lembrado como homem de estatura invulgar que deixa um legado para as gerações vindouras.

No local, foram lidas as mensagens de condolênci­as do Presidente da República, João Lourenço, do líder do Parlamento, Fernando Dias dos Santos, da FESA, da família e outras.

Antes do funeral restrito, devido à pandemia da Covid19, foi realizado um acto, no pátio da Administra­ção Municipal de Quipungo, no qual foi respeitado o distanciam­ento físico e obrigatóri­o o uso de máscara.

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ARÃO MARTINS | EDIÇÕES NOVEMBRO | HUÍLA
 ?? ARÃO MARTINS | EDIÇÕES NOVEMBRO | QUIPUNGO ?? No funeral de Kundi Paihama, foram lidas mensagens de condolênci­as do Presidente da República e do líder do Parlamento
ARÃO MARTINS | EDIÇÕES NOVEMBRO | QUIPUNGO No funeral de Kundi Paihama, foram lidas mensagens de condolênci­as do Presidente da República e do líder do Parlamento

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