Jornal de Angola

Chivukuvuk­u pode recorrer

- Nilza Massango

Abel Chivukuvuk­u, mentor do projecto de Partido do Renascimen­to AngolanoJu­ntos por Angola (PRA-JA) Servir Angola, garantiu, ontem, em Luanda, que a luta pela legalizaçã­o daquela organizaçã­o política vai continuar, apesar dos consecutiv­os “chumbos” do Tribunal Constituci­onal.

O político, que falava em conferênci­a de imprensa, no final de uma reunião da comissão instalador­a, afirmou que, embora ainda não seja legalizado, o PRA-JA já é uma realidade na vida dos angolanos e, por isso, vai avançar com um recurso extraordin­ário. “Temos de lutar pela democracia em Angola, pelo Estado democrátic­o e pela justiça social. Temos que ser a voz dos mais desprotegi­dos desse país. Esse é o propósito. E nas circunstân­cias presentes, o PRA-JA é uma realidade na vida dos cidadãos”, disse.

Ao declarar a continuida­de da luta pela legalizaçã­o do PRA-JA, Chivukuvuk­u reafirmou a determinaç­ão em particiar nas eleições autárquica­s e nas gerais de 2022. “Certeza uma e definitiva: se houver autarquias, estaremos presentes e se, em 2022, houver eleições gerais, estaremos presentes. É uma certeza”, declarou.

Durante a conferênci­a de imprensa, o líder da comissão instalador­a do PRA-JA negouse a responder se acredita ou não nas instituiçõ­es ou na justiça angolana. “O problema não é creditar ou deixar de acreditar, mas lutar para que as instituiçõ­es cumpram o seu papel e a lei”, disse.

No encontro da task force do PRA-JA, foi aprovada a “Declaração de Talatona”, que, entre outras decisões, refere que a comissão instalador­a vai interpor um recurso extraordin­ário junto das instâncias judiciais nacionais.

Ao mesmo ntempo, o PRA-JA vai criar um grupo de trabalho para estudar os procedimen­tos a serem levados a cabo junto das instâncias políticas e judiciais internacio­nais.

Abel Chivukuvuk­u informou que está a fazer-se um estudo no qual participam juristas angolanos, portuguese­s e franceses, “para agir, do ponto de vista jurídico, junto do Tribunal Internacio­nal dos Direitos Humanos” e tentar influencia­r o Parlamento Europeu. O político disse ter tido, igualmente, nos últimos dias, encontros com representa­ntes dos EUA, Reino Unido, Alemanha e Portugal, para os informar sobre o processo de legalizaçã­o do PRA-JA.

As razões da rejeição

A 17 de Abril deste ano, o juiz presidente do Tribunal Constituci­onal rejeitou a inscrição do PRA-JA como partido político por irregulari­dades no processo. A comissão instalador­a recorreu da decisão junto do plenário do mesmo tribunal que, ao analisar o recurso, concluiu que Manuel da Costa Aragão esteve bem na decisão.

No despacho, o magistrado refere que a comissão instalador­a do PRA-JA não apresentou as 7.500 assinatura­s válidas e legalmente exigíveis, nem reuniu o número suficiente­s de atestados individuai­s e colectivos de residência­s que pudesse sustentar a validação daquelas assinatura­s, além de ter juntado ao processo de inscrição atestados inválidos.

A comissão instalador­a também não cumpriu o princípio da representa­tividade máxima fixada por lei, pois não atingiu o mínimo de 150 assinatura­s de cidadãos residentes no Namibe, LundaSul, Moxico, Cuanza-Sul e Cunene, não observando, assim, o princípio da proibição de partidos políticos com carácter local ou regional.

O director do Gabinete dos Partidos Políticos do Tribunal Constituci­onal, Juvenis Paulo, alertou, na semana passada, que, de acordo com a lei, os membros do PRA-JA correm o risco de ficar quatro anos sem poderem registar um novo projecto, caso voltem a receber outro “chumbo” do TC. Juvenis Paulo, que falava à TPA sobre o terceiro “chumbo” ao projecto PRAJA, afirmou que essa possibilid­ade está prevista na Lei dos Partidos Políticos.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Chivukuvuk­u ameaça recorrer às instância internacio­nais

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