Jornal de Angola

Mais de 100 casos registados no país

Angola regista, desde 2015, mais de 100 casos, sendo que a maior parte acontece em Luanda e nas províncias fronteiriç­as

- Adelina Inácio

O Executivo pretende punir os traficante­s de seres humanos e colocar a protecção e assistênci­a às vítimas no centro de todas as acções, especialme­nte, quando são menores, assegurou, ontem, em Luanda, a secretária de Estado dos Direitos Humanos e Cidadania.

Ana Celeste Januário, que falava no encerramen­to de um ciclo de palestras sobre o Tráfico de Seres Humanos em Angola, defendeu a promoção do Plano de Acção Nacional para prevenir e combater o tráfico de seres humanos no país.

O plano tem como principal objectivo prevenir o tráfico de pessoas, proteger e assistir as vítimas de tráfico, responsabi­lizar os criminosos de uma maneira séria e eficaz, incrementa­r as investigaç­ões, bem como promover a cooperação nacional e internacio­nal, a fim de se atingirem os objectivos preconizad­os.

Ao dirigir-se aos efectivos da Polícia Nacional e responsáve­l do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, Ana Celeste propôs uma luta conjunta contra o tráfico de seres humanos e o reforço das acções do Governo no sentido de se dar expressão prática à Estratégia Nacional dos Direitos Humanos.

A dirigente assegurou que Angola tem demonstran­do o seu compromiss­o no combate a este fenómeno, com um conjunto de medidas de natureza institucio­nal e legislativ­a. Destacou, neste particular, a ratificaçã­o de convenções, adopção de legislação interna para punir os autores, bem como o Plano de Acção Nacional de Combate ao Tráfico de Seres Humanos.

No acto que marcou, igualmente, o Dia Internacio­nal contra o Tráfico de Seres

Humanos, assinalado ontem, a secretária de Estado garantiu que Angola está entre os países que cumprem os padrões mínimos em matérias de combate ao tráfico de pessoas.

Ao aderir a esta campanha, sublinhou, Angola assumiu o compromiss­o da luta contra aquele fenómeno, que atenta contra a dignidade da pessoa humana e fere os princípios de direitos humanos, a integridad­e física e da pessoa, a vida e a liberdade.

Ana Celeste Januário reafirmou que Angola regista, de 2015 até este ano, mais de 100 casos de tráfico de seres humanos e que a maior parte destes crimes acontecem em Luanda e nas províncias fronteiriç­as.

“Angola é um país de origem, quer dizer que há angolanos que saem daqui e são traficados fora. Também é um país de destino de pessoas que vieram para Angola traficadas”, afirmou.

A secretária de Estado afirmou que a situação de tráfico no país é preocupant­e e, por isso, defende mais divulgação sobre o tráfico de seres humanos.

Ana Celeste Januário informou que dos 100 casos, perto de 80 estão em investigaç­ão e 25 já julgados. “Há alguns processos em que há responsabi­lização dos autores, mas nem em todos os processos se encontram todas as redes porque o tráfico é um crime organizado”, sublinhou.

Ana Celeste Januário lembrou que o tráfico de seres humanos é uma ameaça à segurança nacional e internacio­nal. Segundo dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), cerca de 72 por cento das vítimas são mulheres e meninas. A percentage­m de vítimas deste crime tem crescido nos últimos anos.

O comandante-geral da Polícia Nacional Paulo de Almeida, adiantou que a corporação tem trabalho no sentido de prevenir casos de tráfico de seres humanos. O c omissário-geral disse que este tipo de crimes têm-se revelado de várias formas.

 ?? EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Ana Celeste, secretária de Estado dos Direitos Humanos
EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ana Celeste, secretária de Estado dos Direitos Humanos
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola