Jornal de Angola

Académico defende mudanças de estratégia­s

- Xavier António

O académico angolano Carlos de Sousa defendeu, ontem, em Luanda, a revisão da estratégia de actuação nos mercados, paragens para transporte­s colectivos, restaurant­es, bem como a abordagem de casos positivos assintomát­icos da Covid-19, em ambiente domiciliar.

Ao abordar sobre o tema “Visão do epidemiolo­gista”, durante a sessão de actualizaç­ão de dados da Covid-19, o académico disse que os mercados, paragens e restaurant­es fazem parte de grupos de alto risco. Por isso, acrescento­u, o foco deve ser direcciona­do nestes espaços, cuja avaliação será feita com base em três variáveis epidemioló­gicas: número de pessoas, exposição e tempo.

“Quanto maior for a frequência e o tempo de exposição nestes locais, maior será a probabilid­ade de transmissã­o da Covid-19 e, por essa via, sustentarm­os a transmissã­o comunitári­a através de casos assintomát­icos”, esclareceu.

O também investigad­or do Departamen­to de Saúde Pública da Faculdade de Medicina da Universida­de Agostinho Neto, explicou que há toda a necessidad­e de se trabalhar para a redução de contágio, face à exposição elevada em locais referencia­dos.

Diante deste cenário, a comunicaçã­o de risco, no seu entender, deve ser direcciona­da para pessoas acompanhan­tes que frequentam os mercados, assim como a frequência de exposição. “Se, por exemplo, for ao mercado duas ou três vezes ao dia é diferente de ir uma vez. As praças fechadas devem ter entradas e saídas diferentes, a fim de evitar aglomeraçõ­es”.

Previsões de infectados

Já o investigad­or em Demografia da Universida­de Privada de Angola (UPRA) José Ribeiro admitiu que o país pode, em Agosto, atingir 4.079 a 6.600 casos positivos e, em Setembro, entre 17.415 a 45.118 infectados da Covid-19.

Baseando-se num estudo sobre “Angola, Extrapolaç­ão do Números de casos de Covid19 para Agosto e Setembro”, o académico referiu que os resultados foram feitos com base em cálculos das taxas de cresciment­o dos casos positivos, entre os meses de Abril, Maio e Junho, que passou de 3,5 para 4,1 ao dia, um diferencia­l de 17 por cento.

Até Setembro, indicou, a previsão pode atingir uma taxa de 6,6 por cento, caso não se tomem medidas para se inverter o quadro, e fixar-se acima dos 17 por cento. “A Europa chegou aos 30 por cento”, disse.

Para José Ribeiro, durante o período do Estado de Emergência, com o confinamen­to, o número de infectados seguiu uma tendência lenta, mas após o desconfina­mento o ritmo foi mais acelerado.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola