Associação quer profissionalizar a actividade de táxi em todo o país
Anata controla 22 mil associados, 17 mil dos quais concentrados na capital do país, onde existem mais de 40 mil viaturas no serviço de táxi
A actividade de táxi no território nacional pode vir a ser profissionalizada, nos próximos tempos, segundo uma pretensão de operadores deste serviço de transporte, anunciada ontem, em Luanda, ao Jornal de Angola, pelo presidente da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (Anata).
Os operadores do serviço de táxi pretendem, nos próximos tempos, profissionalizar a actividade transportadora no país, deu a conhecer, em Luanda, o presidente da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (Anata).
Em entrevista ao Jornal de Angola, o presidente da Anata, Francisco Paciente, disse que a agremiação elaborou uma proposta de lei, mas, também, a execução de um trabalho de organização, no sentido de ajudar a identificar os taxistas, bem como a criar mecanismos que facilitem ao Estado atribuir alguns privilégios para os futuros profissionais deste ramo dos transportes.
Entre as grandes regalias, o responsável, que reagia à medida do Executivo de estender o horário da actividade de táxi até às 20h00, neste período de Estado de Calamidade Pública, decretado por causa da pandemia da Covid-19, salientou que a Anata defende uma quota por parte do Estado na subvenção dos combustíveis que beneficie os que desenvolvem a actividade de táxi.
Para Francisco Paciente, o Executivo devia ter algum controlo e subsidiar ainda mais os combustíveis, para as operadoras de transportes públicos e os taxistas devidamente legalizados com seguro, Taxa de Circulação e licença de exploração do serviço de táxi.
“A ideia é que, caso houvesse um aumento do preço dos combustíveis, os taxistas identificados pudessem continuar a pagar o mesmo valor de hoje ou que a taxa de subvenção fosse mais alta, para evitarmos a consequente subida do preço da corrida do táxi”, explicou o presidente da associação de taxistas.
Em Angola, um dos maiores produtores de petróleo da África Subsaariana, mas que importa quase 80 por cento dos combustíveis, a última actualização do preço desses produtos deu-se há quatro anos, com o litro da gasolina a sair dos 115 para os 160 kwanzas e o de gasóleo de 90 para os 135 kwanzas.
Actualmente, a Sonangol suporta cerca de 60 por cento do custo do litro de combustível, que se estima num valor de subvenções implícitas em 1,39 mil milhões de dólares.
Noutra vertente, Francisco Paciente criticou a quase inexistência da contraprestação do Estado em relação ao pagamento do actual imposto motorizado (antiga Taxa de Circulação), uma vez não ter grandes reflexos no quotidiano dos automobilistas, dado o péssimo estado das vias rodoviárias.
Além das estradas esburacadas, os associados reclamam, igualmente, da falta de vias de acesso automóvel para muitos bairros e da ausência de paragens fixas, situações que embaraçam o trabalho dos taxistas e complicam a vida dos passageiros.
“Se a nossa actividade é impulsionadora do desenvolvimento do país, não entendemos por que razão o Executivo, os governos provinciais e as administrações municipais, dentro das políticas públicas e de construção de infra-estruturas, ignoram a questão das paragens para os taxistas”, queixou-se.
Sobre as vias esburacadas e estreitas, disse que elas causam enormes prejuízos aos taxistas de Luanda. O responsável citou os casos das vias Camama/Calemba 2/Viana, Viana/Zango, Cacuaco/Funda, Cacuaco/Kicolo, Benfica/Ramiros, Benfica/Autódromo, bem como as que de quase todo interior do bairro Boa Esperança (Cacuaco).