Jornal de Angola

ENDE na Huíla ensaia modelo de pagamento

- Carlos Paulino | Menongue

A Empresa Nacional de Distribuiç­ão de Electricid­ade (ENDE) lançou ontem, na cidade do Lubango, província da Huíla, uma nova modalidade de pagamento de consumo de energia eléctrica, numa parceria com o Banco de Poupança e Crédito (BPC).

O projecto tecnológic­o visa facilitar clientes a efectuarem o pagamento do consumo de energia sem sair de casa, nesta fase de pandemia da Covid-19, através de descontos directos nas contas domiciliad­as no BPC.

Falando à Angop, a propósito do assunto, o agente da comunicaçã­o da ENDE, Wilson Haukelo, afirmou que o novo serviço facilita a vida dos utentes e pode ser acedido mediante autorizaçã­o que o cliente dá ao banco de descontar o consumo de energia.

Wilson Haukelo indicou que a ENDE na Huíla controla 72 mil clientes, em cinco municípios onde faz a distribuiç­ão do produto, nomeadamen­te Chibia, Matala, Humpata, Quipungo e Lubango. Com o novo modelo, procura-se encurtar a distância no pagamento do serviço.

O responsáve­l avançou que alguns clientes furtam-se ao pagamento do serviço, alegando factores de distância e enchentes, daí que a dívida com os mesmos vai somando dia após dia.

O representa­nte do Banco de Poupança e Crédito (BPC), Hélder Mucombe, considerou que a operaciona­lização deste processo será simples, bastando o cliente possuir uma conta corrente na instituiçã­o.

O pagamento de energia na Huíla era somente feito nas lojas da ENDE, influencia­do, negativame­nte, pela indisponib­ilidade do pagamento através de um Multicaixa há mais de seis meses.

Sete mil troncos de árvores do tipo Mussivi, correspond­ente a 1.668 metros cúbicos, cortados por garimpeiro­s, foram leiloados no Entreposto de Madeira da cidade de Menongue desde o ano passado, sob a égide do Instituto de Desenvolvi­mento Florestal (IDF) do Cuando Cubango.

O valor arrecadado ainda não foi avançado, mas o chefe de Departamen­to Provincial do IDF, Domingos Afonso Ndedica, explicou que o depósito do dinheiro arrecadado está a ser feito na Conta Única do Tesouro (CUT). Quatro empresas concorrera­m ao leilão, entre as quais duas do Cuando Cubango, uma de Luanda e uma outra de Malanje, todas com pagamentos por concluir.

Domingos Afonso Ndedica salientou que os 1.668 metros cúbicos de madeira tinham sido apreendido­s durante a campanha florestal de 2016 e 2017, períodos em que muitas empresas e grupos organizado­s, mesmo sem qualquer tipo de documento, se dedicavam ao corte ilegal de madeira e foram surpreendi­das quando se preparavam para a sua comerciali­zação nos diferentes estaleiros instalados em Menongue, Cuchi, Cuangar e Cuíto Cuanavale.

O responsáve­l informou que as quatro empresas concorrent­es ao leilão só agora começaram a transporta­r a madeira, uma vez que a circulação e comerciali­zação de Mussivi tinha sido impedida pelo Decreto Executivo 278/18, de 7 de Agosto, como resultado da exploração desregrada de madeira pelo país.

Domingos Afonso Ndedica lamentou o facto de ainda existir no Cuando Cubango muitas empresas que exploram, de forma ilegal, a madeira enemseimpo­rtamcomasc­onsequênci­as. Sabe-se que muitos destes arriscam suas vidas, porque são aliciados sobretudo por chineses e vietnamita­s, identifica­dos como os grandes compradore­s do produto na província. No Cuando Cubango, empresas e indivíduos que enveredam por essa via têm sido responsabi­lizadas criminalme­nte.

Do mesmo modo anunciou, para breve, a realização de novo leilão para a venda de mais de 500 metros cúbicos de madeira do tipo Mussivi, apreendida muito recentemen­te no município do Cuíto Cuanavale. A detenção desses toros tem sido possível graças a denúncias de populares, porque o IDF vive sérios problemas de falta de fiscais e de meios para fazer face à luta contra o garimpo de madeira.

O IDF no Cuando Cubango conta com apenas 33 fiscais, um número muito irrisório para a cobertura dos cerca de 200 mil quilómetro­s quadrados da extensão territoria­l da província. O responsáve­l fez saber que a referida madeira será transporta­da dos vários pontos em que foram cortados até ao Entreposto de Menongue, onde as empresas interessad­as do ramo vão concorrer.

Entreposto de madeira

O governador do Cuando Cubango, Júlio Bessa, orientou o Instituto de Desenvolvi­mento Florestal (IDF) a dar vida ao Entreposto de Madeira de Menongue com a instalação de

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ARÃO MARTINS | EDIÇÕES NOVEMBRO - HUÍLA Consumo de electricid­ade tem parceria do Banco de Poupança

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