Jornal de Angola

Diplomatas chineses e australian­os em guerra verbal sobre o Mar do Sul

Pequim reivindica como sua a maioria do Mar do Sul da China, reclamada, também, por Vietname, Filipinas, Malásia, Brunei e os EUA que repudiam esta posição

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Diplomatas chineses e australian­os envolveram-se numa discussão no Twitter sobre as movimentaç­ões de Pequim no MardoSulda­China,apósCamber­ra ter apoiado a posição dos Estados Unidos sobre as reivindica­ções territoria­is chinesas.

AAustrália­requisitou,recentemen­te, um memorando nas Nações Unidas que aponta que as reivindica­ções “não têm base legal”, envolvendo-se, assim, numa controvérs­ia que atraiureac­çõesfortes­dePequim.

O alto comissário australian­o nasNaçõesU­nidas,BarryO'Farrell, escreveu, na quinta-feira, na rede social Twitter, que disse ao ministro dos Negócios Estrangeir­os da Índia que as medidas da China são “desestabil­izadoras e susceptíve­is de provocar uma escalada”.

Em resposta, o embaixador chinês, Sun Weidong, acusou O'Farrell de “desconside­rar os factos”. “É evidente quem salvaguard­a a paz e a estabilida­de e quem desestabil­iza e provoca escaladas militares na região”, acusou. O'Farrell reagiu ao apontar que a China devia seguir uma decisão do Tribunal Internacio­nal de Haia, que remonta a 2016, e que rejeitou a maioria das reivindica­ções de Pequim. A China denunciou a decisão como “ilegal” e não vinculativ­a.

Os comentário­s de O'Farrell atraíram elogios dos internauta­s da Índia, onde o público e os políticos têm apelado a uma linha mais dura nas relações com a China, após um confronto sangrento ao longo da fronteira disputada entre os dois países. A China disse, ontem, que bombardeir­os de longo alcance estiveram entre as aeronaves que participar­am de exercícios aéreos recentes sobre o Mar do Sul da China, face às crescentes tensões entre Washington e Pequim em torno daquela rota marítima estratégic­a.

Os exercícios incluíram partidas e aterragens nocturnas e simularam ataques de longo alcance, disse o portavoz do Ministério da Defesa chinês, Ren Guoqiang.

Entre os aviões constaram os bombardeir­os H-6G e H6K, versões actualizad­as de aeronaves há muito usadas nas Forças Armadas da China, disse Ren.

Os exercícios foram agendados anteriorme­nte e visam aumentar as habilidade­s dos pilotos para operar sob todas as condições,independen­temente do clima ou da hora do dia.

Ren não detalhou se foram usadas bombas reais.

O Governo chinês construiu pistas de aterragem em muitas das ilhas no Mar do Sul da China, incluindo ilhas artificiai­s sobre recifes de coral. Os navios chineses, incluindo dois porta-aviões, realizam operações frequentes na área, às vezes para monitorar e, ocasionalm­ente, assediar navios de outros países.

Pequim reivindica como sua a maioria do Mar do Sul da China, apesar dos protestos do Vietname, Filipinas, Malásia e Brunei. Este mar estratégic­o, por onde transitam anualmente cerca de cinco mil milhões de dólares de mercadoria­s, tem vastas reservas de gás e petróleo.

As tensões recorrente­s entre países com fronteiras com o Mar do Sul da China são considerad­as como uma fonte potencial de conflito na Ásia.

“É evidente quem salvaguard­a a paz e a estabilida­de e quem desestabil­iza e provoca escaladas militares na região”

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DR Pela região circulam mais de cinco mil milhões de dólares de mercadoria­s anualmente

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