Rei emérito de Espanha parte para o exílio
O Rei emérito de Espanha, Juan Carlos I, decidiu abandonar o país face à “repercussão pública” causada pelas revelações mais recentes sobre negócios e contas suspeitas em bancos no estrangeiro que vieram aprofundar a crise vivida pela Casa Real. A saída do país do monarca, que chefiou a transição democrática espanhola, marca o fim de uma era. Para o filho, o Rei Felipe VI, trata-se da concretização de um afastamento que já era notório e de uma tentativa de salvar a reputação da monarquia.
Perante a pressão do Governo e da opinião pública, a Casa Real parece ter optado pela solução maximalista: o abandono de Juan Carlos I de Espanha, quase seis décadas depois do seu regresso.
O Rei, de 82 anos, que nasceu no exílio, em Roma, onde a família real se tinha refugiado depois da instauração da Segunda República em 1931, deverá agora passar os últimos anos de vida fora do seu país.
A imagem do homem que na noite de 23 de Fevereiro de 1981 vestiu o uniforme militar para acabar com uma tentativa de golpe de Estado, que ameaçava o percurso do país rumo à democracia, ficou remetida para os manuais de História.
O novo “exílio” de Juan Carlos é, na verdade, o desfecho esperado de um longo processo de descrédito do monarca A sua abdicação, em Junho de 2014, foi uma primeira tentativa de salvaguardar a imagem institucional da coroa espanhola.