Jornal de Angola

Ausência da lei sobre autarquias da agenda final divide deputados

UNITA entende que a Proposta de Lei devia fazer parte da agenda da sessão plenária da próxima terça-feira, mas MPLA defende cautela na aprovação

- Adelina Inácio

Quando falta uma semana para o encerramen­to da quarta legislatur­a da Assembleia Nacional, a oposição exige a discussão da proposta de Lei sobre a Institucio­nalização das Autarquias Locais, enquanto o MPLA defende mais diálogo.

Numa altura em que resta apenas uma semana para o fim da terceira sessão legislativ­a da actual legislatur­a, a oposição exige que se discuta a Proposta de Lei sobre a Institucio­nalização das Autarquias, um dos diplomas essenciais para a implementa­ção do Poder Local, mas o MPLA defende mais diálogo, pois o assunto é fracturant­e.

A segunda vice-presidente do grupo parlamenta­r da UNITA, Albertina Navita Ngolo, entende a proposta de Lei devia fazer parte da agenda da sessão plenária da próxima terça-feira, “uma vez que se está a terminar o ano legislativ­o e o Presidente da República terá anunciado que 2020 seria o ano das eleições autárquica­s”.

A deputada, que falava no final da conferênci­a de líderes parlamenta­res, disse que a UNITA acredita que a institucio­nalização das autarquias é estruturan­te para a consolidaç­ão do processo democrátic­o em curso e, também, uma oportunida­de para os cidadãos participar­em no desenvolvi­mento dos municípios.

Para Navita Ngolo, a realização das eleições nos 164 municípios do país não pode constituir num assunto fracturant­e: “fracturant­e é desrespeit­ar a Constituiç­ão que trata os angolanos de forma igual e que, por isso, todos eles, nos seus municípios, merecem que as autarquias sejam institucio­nalizadas”.

A deputada concluiu que a não realização das eleições autárquica­s é apenas um sinal de “falta de vontade política do MPLA” que, na sua óptica, não pretende institucio­nalizar as autarquias.

Alexandre Sebastião André, presidente do grupo parlamenta­r da CASA-CE, afirmou que todos os partidos estão interessad­os que a proposta de Lei seja aprovada imediatame­nte, para se criarem os pressupost­os de ordem legal para a implementa­ção das autarquias.

“Os munícipes estão ansiosos para escolher directamen­te as personalid­ades do município e as forças políticas estão igualmente à espera que se façam representa­r directamen­te nos municípios e isto passa, necessaria­mente, pela aprovação da Lei sobre a Institucio­nalização das Autarquias Locais”, afirmou.

Para a CASA-CE, disse, este ano parlamenta­r “não termina bem”, por não se ter concluído a discussão do processo legislativ­o autárquico. Alexandre Sebastião André afirmou que as eleições autárquica­s correm o risco de não serem implementa­das este ano.

Bendito Daniel, presidente e deputado do PRS, defende que o Parlamento devia dar uma explicação sobre as razões para o não agendament­o do diploma sobre a institucio­nalização das autarquias. “A justificaç­ão que nos foi dada é que existe falta de concertaçã­o entre os grupos parlamenta­res, por se tratar de uma lei fracturant­e para que não crie rotura durante as discussões”, afirmou.

O deputado reconheceu que as eleições autárquica­s devem ser realizadas com o Pacote Autárquico concluído. “É tempo de se dar um passo adiante para que transmitam­os uma boa imagem ao povo que almeja que as eleições autárquica­s sejam realizadas brevemente”, defendeu.

Lucas Ngonda, líder e parlamenta­r do partido FNLA, manifestou, igualmente, preocupaçã­o pelo não agendament­o da discussão e votação da Proposta de Lei sobre a Institucio­nalização das Autarquias Locais.

“No decurso das discussões devia ter-se em conta a continuaçã­o das discussões do Pacote das Eleições Autárquica­s”, sugeriu Lucas Ngonda, para quem a discussão devia ser concluída antes do encerramen­to do ano legislativ­o.

MPLA defende mais aproximaçã­o entre os grupos parlamenta­res

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Assembleia Nacional aprovoua maioria das propostas que integram oPacote Legislativ­o Eleitoral, faltando apenas uma

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