Jornal de Angola

Beirute ainda conta vítimas

Primeiro-Ministro libanês promete punir culpados pelas explosões que causaram mais de 130 mortos e cinco mil feridos. Equipas de resgate prosseguem buscas e autoridade­s temem aumento do número de vítimas

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As autoridade­s libanesas continuam a contar as vítimas das duas explosões que sacudiram a capital, Beirute, na terça-feira. O último balanço indicava mais de 130 mortos, cincomilfe­ridosevári­osdesapare­cidos. De todo o mundo, chegaram mensagens de solidaried­ade e de apoio. O Presidente João Lourenço disse que acompanha a situação com preocupaçã­o.

A comunidade internacio­nal começou a responder em força ao apelo de ajuda feito, terça-feira, pelo PrimeiroMi­nistro libanês, Hassan Diab, após as duas explosões registadas em Beirute, que provocaram, pelo menos, 135 mortos e mais de cinco mil feridos.

As garantias de ajuda, que se juntaram às mensagens de solidaried­ade, vieram de grande parte dos países da União Europeia, Rússia, China, Estados Unidos, bem como do mundo árabe, estando em curso as operações de transporte, desde hospitais de campanha a equipament­os médicos, pessoal sanitário e medicament­os, a alimentos de primeira necessidad­e.

A China lamentou o “incidente infeliz”, expressou solidaried­ade e prontifico­u-se a ajudar o Líbano, “dentro das possibilid­ades” de Pequim.

A Alemanha, cuja Embaixada em Beirute ficou danificada pelas explosões, indicou ter pronta, para enviar para a capital libanesa, uma equipa de resgate de 47 membros, tudo dependendo de uma autorizaçã­o do Governo libanês.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, desloca-se, hoje, ao Líbano para “encontrar-se com todos os actores políticos”, enquanto o Primeiro-Ministro gaulês, Jean Castex, garantia que, ainda ontem, partiriam para Beirute três aviões com equipas médicas para intervençã­o imediata, 25 toneladas de material e outras de segurança do Ministério do Interior.

A Rússia prontifico­u-se a enviar cinco aviões de carga com ajuda de emergência para a capital do Líbano, pessoal médico, hospitais de campanha e um laboratóri­o para testes de SARS CoV-2.

A UE prepara o destacamen­to urgente de meios para ajudar as autoridade­s libanesas, estando, para já, a coordenar o destacamen­to urgente de mais de 100 bombeiros altamente treinados, com veículos, cães e equipament­o, especializ­ados em busca e salvamento em contextos urbanos. Os meios disponibil­izados por Bruxelas, depois da activação do Mecanismo de Protecção Civil da UE a pedido de Beirute, irão trabalhar com as autoridade­s libanesas.

O Executivo comunitári­o destaca, ainda, que Holanda, Grécia e República Checa confirmara­m a participaç­ão nesta operação e que França, Polónia e Alemanha ofereceram ajuda. Portugal também se disponibil­izou a apoiar, dentro dos mecanismos dos 27.

Chipre, localizado 180 quilómetro­s a oeste de Beirute, também anunciou, ontem, o envio de dois helicópter­os, com 10 especialis­tas em emergência médica e oito cães especializ­ados em encontrar sobreviven­tes entre os destroços dos muitos edifícios destruídos, bem como alimentos não perecíveis.

O mundo árabe começou, terça-feira, a garantir o envio de hospitais de campanha, pessoal médico. O Qatar anunciou o envio de um avião com 40 toneladas de equipament­os sanitários, a partir de um centro logístico das agências das Nações Unidas e de organizaçõ­es humanitári­as internacio­nais que instalou no emirado. Segundo a agência de notícias oficial, o Qatar estabelece­u uma “ponte aérea” até Beirute para enviar, nos próximos dias, “todas as ajudas e equipament­os médicos necessário­s”, enquanto o Koweit também indicou que vai transporta­r para a capital do Líbano “ajuda médica urgente para os irmãos libaneses”.

A Jordânia disponibil­izou-se a enviar um hospital de campanha militar e declarou três dias de luto oficial em memória das vítimas da explosão que destruiu bairros inteiros em Beirute.

O hospital de campanha, que chega hoje à capital libanesa, está totalmente equipado para realizar operações a cargo de 160 profission­ais de saúde de todas as especialid­ades médicas. Inclui 48 camas, dez de cuidados intensivos, blocos operatório­s e laboratóri­os de raio-X.

Também o Irão, o país do Médio Oriente mais afectado pela pandemia do novo coronavíru­s, se mostrou disponível para enviar assistênci­a médica e qualquer outro tipo de ajuda.

Na Oceânia, a Austrália indicou que vai doar dois milhões de dólares australian­os (1,2 milhões de euros) em ajuda humanitári­a para auxiliar Beirute a recuperar dos danos das violentas explosões de terça-feira.

Vários líderes africanos enviaram mensagens de condolênci­as e solidaried­ade, com a Tunísia a afirmar estar disponível a receber cerca de uma centena de feridos e a garantir o envio de dois aviões militares com ajuda médica e alimentar.

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DR Mais de duas mil toneladas de nitrato de amónio estavam armazenada­s no porto de Beirute

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