Jornal de Angola

África do Sul tem 24 mil profission­ais infectados

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Cerca de 24 mil profission­ais de Saúde foram infectados e 181 morreram com Covid-19 na África do Sul, anunciou ontem o ministro da Saúde, quando o país regista uma descida de novos casos da doença.

De acordo com Zweli Mkwize, o número de casos de Covid-19 entre os profission­ais de Saúde representa 5% do total de infecções pelo novo coronavíru­s no país, valor inferior à média mundial de 10%.

Em resposta a queixas de que os trabalhado­res da Saúde não estão a receber equipament­o de protecção pessoal adequado, Mkhize disse que o Governo está a distribuir esses equipament­os e a analisar “urgentemen­te” todas as queixas, especialme­nte por parte dos sindicatos de enfermeiro­s.

Por outro lado, o ministro da Saúde da África do Sul assinalou a descida dos novos casos de Covid-19 no país, mas alertou que a vigilância deve continuar “para evitar um novo surto”.

A África do Sul tinha até ontem 521.318 casos confirmado­s de infecções pelo novo coronavíru­s, é o quinto país com a taxa de infecções mais elevada do mundo e concentra mais de metade de todos os casos comunicado­s em África.

Desde o início da pandemia, foram registadas 8.884 mortes por Covid-19, embora estudos sobre as taxas de mortalidad­e indiquem que o número real de mortes poderá ser mais elevado.

A rápida propagação de infecções em centros urbanos pobres e sobrelotad­os na Cidade do Cabo, Joanesburg­o e outras ameaçou sobrecarre­gar os hospitais públicos, mas Zelei Matize disse aos jornalista­s que até agora o sistema de saúde tem sido capaz de lidar com a situação.

“Os nossos hospitais foram inundados, mas não esgotámos a nossa capacidade hospitalar. As enfermaria­s e as camas dos cuidados intensivos estão cheias, mas não atingimos a capacidade total e os hospitais de campo que construímo­s ainda têm espaço”, assegurou. Disse ainda que os doentes críticos têm tido acesso ao oxigénio necessário.

A África do Sul foi o primeiro foco da Covid-19 em África e os especialis­tas em Saúde advertem que o resto do continente pode assistir a uma propagação semelhante da doença.

O país tem um dos sistemas de saúde mais avançados do continente e os especialis­tas receiam que outros menos preparados possam não conseguir lidar tão bem com a doença.

A província do Cabo Ocidental, incluindo o centro turístico da Cidade do Cabo, foi a primeira a registar um pico da doença, mas novas infecções e hospitaliz­ações começaram a diminuir em Julho.

A província de Gauteng - incluindo a maior cidade do país, Joanesburg­o e Pretória, a capital - tiveram picos em Junho, atingindo 6.000 novos casos por dia, mas estão agora a assistir também ao declínio dos números de novos casos.

Gauteng é actualment­e responsáve­l por 35% de todos os casos registados no país.

“Gauteng continua a ter números elevados. Precisamos de gerir a situação com muita cautela, uma vez que poderá rapidament­e experiment­ar outro aumento, à medida que as pessoas se deslocam”, disse Mkhize.

Globalment­e, a África do Sul registou uma média de mais de 10.000 novos casos por dia no final de Julho, tendo os novos casos confirmado­s caído para menos de 5.000 por dia, disse Mkhize.

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