CARTAS DOS LEITORES
Makasna IURD
Embora “arrastados” para uma maka que as não diz respeito, as autoridades angolanas viram-se envolvidas, por algumas figuras da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), a ala afecta aos brasileiros, num problema interno.
Segundo algumas vozes que falavam em nome daquela denominação religiosa, no espaço de uma das televisões angolanas, acusavam gratuitamente as autoridades de nada fazerem, mesmo quando essas entidades sabiam que os processos corriam os seus trâmites nos órgãos competentes. Algumas vozes, neutras no assunto, alegavam que as autoridades angolanas estavam a ser alegadamente coniventes com o que se estava, e ainda está, a passar, naquela igreja.
Quando o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz disse que, para o Estado angolano,asquestõesqueenvolvem os fiéis e dirigentes da IURD eram simplesmente de foro judicial, estava apenas a dizer que para as autoridades angolanas o preceito segundo o qual “dar a César o que é de César” continua válido.
As instituições do Estado respeitam escrupulosamente a liberdade de culto e de religião, um expedientequenemsequerseencontra em risco com essa “maka iurdina”. Em todo o caso, os órgãos competentes do Estado não ficam indiferentes quando as movimentações que envolvem os fiéis e dirigentes da IURD ameaçam a paz, a ordem, segurança e tranquilidade de todos e de cada um de nós.
Por isso, estão de parabéns as instituições do Estado, quando defendem que os problemas internos de cariz religioso devem ser resolvidos internamente, cabendo apenas às instituições do Estado, a manutenção de um ambiente em que obviamente os religiosos consigam resolver os seus diferendos.
Para aqueles que esperavam que as autoridades angolanas tomassem partido de uma das partes, “tirem o cavalinho da chuva” porque ao Estado, e ainda bem que assim é, apenas interessa a justiça, a legalidade, a defesa da integridade física das pessoas, o respeito, a ordem, a tranquilidade e segurança.
Pessoalmente, espero que os angolanos e brasileiros, religiosos no seio da IURD, consigam entender-se inclusive para passarem uma boa imagem de si aos que não fazem parte daquela denominação eclesiástica.
Não fica bem a presente divisão, sobretudo por causa da leitura que a maioria das pessoas está a ser “forçada” a fazer, nomeadamente a relacionada com os dinheiros que a igreja arrecada dos fiéis. Pode ser falso resumir completamente os problemas da IURD ao dinheiro, mas igualmente falso dizer que em absoluto não tem nada a ver com o vil metal.
Como angolano e embora faça apologia da legalidade, sou obviamente a favor de uma “angolanização” da IURD nos mesmos moldes em que se passou com as outras denominações religiosas. Além da ligação religiosa ou doutrinária, acho que os angolanos devem tomar as rédeas da igreja, ao contrário dos brasileiros que insistentemente pretendam manter o controlo da igreja. E para terminar, apelo à PGR no sentido de conferir alguma celeridade nos processos que envolvam os dirigentes da IURD, implicados em práticas consideradas crime em Angola.