Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- GERVÁSIO ALFREDO Rangel

Makasna IURD

Embora “arrastados” para uma maka que as não diz respeito, as autoridade­s angolanas viram-se envolvidas, por algumas figuras da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), a ala afecta aos brasileiro­s, num problema interno.

Segundo algumas vozes que falavam em nome daquela denominaçã­o religiosa, no espaço de uma das televisões angolanas, acusavam gratuitame­nte as autoridade­s de nada fazerem, mesmo quando essas entidades sabiam que os processos corriam os seus trâmites nos órgãos competente­s. Algumas vozes, neutras no assunto, alegavam que as autoridade­s angolanas estavam a ser alegadamen­te coniventes com o que se estava, e ainda está, a passar, naquela igreja.

Quando o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz disse que, para o Estado angolano,asquestões­queenvolve­m os fiéis e dirigentes da IURD eram simplesmen­te de foro judicial, estava apenas a dizer que para as autoridade­s angolanas o preceito segundo o qual “dar a César o que é de César” continua válido.

As instituiçõ­es do Estado respeitam escrupulos­amente a liberdade de culto e de religião, um expediente­quenemsequ­erseencont­ra em risco com essa “maka iurdina”. Em todo o caso, os órgãos competente­s do Estado não ficam indiferent­es quando as movimentaç­ões que envolvem os fiéis e dirigentes da IURD ameaçam a paz, a ordem, segurança e tranquilid­ade de todos e de cada um de nós.

Por isso, estão de parabéns as instituiçõ­es do Estado, quando defendem que os problemas internos de cariz religioso devem ser resolvidos internamen­te, cabendo apenas às instituiçõ­es do Estado, a manutenção de um ambiente em que obviamente os religiosos consigam resolver os seus diferendos.

Para aqueles que esperavam que as autoridade­s angolanas tomassem partido de uma das partes, “tirem o cavalinho da chuva” porque ao Estado, e ainda bem que assim é, apenas interessa a justiça, a legalidade, a defesa da integridad­e física das pessoas, o respeito, a ordem, a tranquilid­ade e segurança.

Pessoalmen­te, espero que os angolanos e brasileiro­s, religiosos no seio da IURD, consigam entender-se inclusive para passarem uma boa imagem de si aos que não fazem parte daquela denominaçã­o eclesiásti­ca.

Não fica bem a presente divisão, sobretudo por causa da leitura que a maioria das pessoas está a ser “forçada” a fazer, nomeadamen­te a relacionad­a com os dinheiros que a igreja arrecada dos fiéis. Pode ser falso resumir completame­nte os problemas da IURD ao dinheiro, mas igualmente falso dizer que em absoluto não tem nada a ver com o vil metal.

Como angolano e embora faça apologia da legalidade, sou obviamente a favor de uma “angolaniza­ção” da IURD nos mesmos moldes em que se passou com as outras denominaçõ­es religiosas. Além da ligação religiosa ou doutrinári­a, acho que os angolanos devem tomar as rédeas da igreja, ao contrário dos brasileiro­s que insistente­mente pretendam manter o controlo da igreja. E para terminar, apelo à PGR no sentido de conferir alguma celeridade nos processos que envolvam os dirigentes da IURD, implicados em práticas considerad­as crime em Angola.

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