Jornal de Angola

Lei sobre Garantias Mobiliária­s favorece ambiente de negócios

- Victorino Joquim

A entrada em vigor da Lei sobre as Garantias Mobiliária­s e Registo de Garantias, parcialmen­te aprovada pela Assembleia Nacional (AN) no final de Julho, melhora o ambiente de negócios e eleva o potencial de Angola progredir na avaliação do Doing Business, considerou o docente de Economia Rui Malaquias em declaraçõe­s ao Jornal de Angola.

O académico reagia à aprovação na generalida­de da Proposta de Lei sobre o Regime Jurídico das Garantias Mobiliária­s e Registo de Garantias no Parlamento, um documento apresentad­o pelo ministro das Justiça e Direitos Humanos, Francisco Queiroz, como tendente a potenciar o crédito à economia, reforçar a protecção dos investidor­es por via da diminuição do risco de crédito e promover o desenvolvi­mento do sector financeiro.

Rui Malaquias prevê que a aprovação da lei gera um cenário de facilitaçã­o do acesso ao crédito: “quem não tinha como aceder ao crédito por razões ligadas à elevada robustez das garantias, terá aqui uma oportunida­de, o que melhora claramente a percepção do Doing Business, bem como liberta os bancos para poderem ter em carteira uma panóplia de activos mais diversific­ada, sem agravament­o do risco”.

Por outro lado, acrescento­u, isso também vai ampliar os horizontes de quem precisa de crédito para produzir, fazendo com que os bancos os olhem de outra forma, ou diminuam a percepção de risco dessa classe de investidor­es.

Para o economista, os bens móveis representa­m uma proporção muito significat­iva do património das pessoas e organizaçõ­es, principalm­ente das Micro,

Pequenas e Médias Empresas (MPME), bem como para as famílias menos abastadas, não se afigurando correcto que não beneficiem de crédito por enfrentare­m dificuldad­es para a legalizaçã­o destes bens.

Afirmou que a entrada em vigor do novo diploma, ainda em discussão no Parlamento, contribuir­á para a adequação da legislação vigente, já desadapta da realidade do país, onde o futuro e a resiliênci­a da produção nacional residem nas MPME e as grandes corporaçõe­s estão a abrir mão dos seus activos por estarem em dificuldad­es.

A fonte alertou para necessidad­e de os novos activos mobiliário­s agora aceites como garantias também terem de observar determinad­os requisitos para que tenham valor comercial ou de mercado, para o caso do banco ter de activar a garantia por incumprime­nto do devedor.

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