Jornal de Angola

Ajuda monetária chega à comunidade de Camizungo

O projecto “Luanda Emergência Covid-19” prevê assegurar que 1.200 crianças, dos 0 aos 5 anos, tenham saúde, nutrição e protecção melhoradas durante a pandemia da Covid-19, por meio de um Programa Integral de Protecção Social, financiado pela Agência Sueca

- Manuela Gomes

Cristina Moisés, 22 anos, mãe de três filhos, não escondeu a alegria após ter sido contemplad­a com 15 mil Kwanzas para cuidar da família, no âmbito do projecto “Luanda Emergência Covid-19”.

Moradora da comunidade de Camizungo, município de Icolo e Bengo, a jovem solteira teve de acordar cedo, às 5 horas da manhã, para ocupar um lugar na fila das mais de 100 famílias cadastrada­s para receber a ajuda do projecto, que visa reforçar a capacidade das famílias mais vulnerávei­s, com transferên­cias sociais monetárias.

Cristina Moisés, que se dedica à lavoura, vive com os filhos num quarto feito de chapas de zinco, degradadas, na comunidade de Camizungo. A família que, antes vivia inúmeras dificuldad­es em termos alimentare­s, vestuário e higiene, vai agora, com a transferên­cia monetária do programa “Luanda Emergência Covid-19”, minimizar muitas delas.

“Estou feliz com a ajuda que estamos a receber hoje. Com esse dinheiro vou comprar mais comida para os meus filhos, medicament­os, roupa, calçados e outras coisas que faltam em casa”, contou sorridente. Para ela, não tem sido fácil cuidar de três crianças, sem ajuda do pai, com o pouco milho e mandioca que colhe da lavra.

Joana Jacinto tem 27 anos e é mãe de cinco filhos. A sua maior preocupaçã­o é atender as necessidad­es básicas dos filhos, desde a alimentaçã­o, saúde e educação. “Agradeço a Deus e ao Governo por essa equipa que, com muita paciência, vieram para a nossa comunidade para nos ajudar com estes valores. A vida é muito difícil. O pouco que produzimos não tem sido suficiente para cuidar da família”, lamentou.

Joana Jacinto aponta como principais dificuldad­es a falta de energia eléctrica e o abastecime­nto de água. Por ter apenas dois filhos menores de 5 anos, Joana foi contemplad­a com dez mil Kwanzas que, segundo ela, vai ajudar na compra de sementes para a plantação de milho, feijão macunde, folha de abóbora, quisaca e outros utensílios fundamenta­is à família.

Acreditar no potencial

O vice-governador de Luanda para Área Social disse acreditar no potencial das mulheres de cada família em transforma­r a vida dos filhos. Dionísio da Fonseca acrescento­u que os recursos monetários, apesar de serem poucos, podem, se bem aplicados,

elevar os níveis de nutrição das crianças, facilitar o acesso ao primeiro documento de identifica­ção, à educação e à saúde.

Protecção social

O representa­nte do UNICEF, Glayson dos Santos, lembrou que, aquando da criação

do “Luanda Emergência Covid-19”, não existia recursos financeiro­s para ser implementa­ndo. “Estamos felizes, porque a Agência Sueca de Cooperação Internacio­nal para o Desenvolvi­mento ouviu o nosso apelo e decidiu, com 100 mil dólares, financiar esta

iniciativa”, explicou.

Glayson dos Santos frisou que a protecção social é extremamen­te importante neste momento de crise, por conta do nível de pobreza e vulnerabil­idade extrema, que pode ser agravado com a pandemia da Covid-19.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

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