Jornal de Angola

Portos de Luanda e Soyo cobrem 70% do movimento de cargas importadas

De Março a Junho do corrente, as unidades portuárias movimentar­am por via dos 472 navios, mais de 2 milhões de toneladas de alimentos

- Mateus Cavumbo

Os portos movimentar­am 2.403.279 toneladas entre Março e Junho últimos, um acumulado de 472 embarcaçõe­s e o envolvimen­to de 13.535 pessoas, segundo um relatório de balanço do Ministério dos Transporte­s.

Em dados solicitado­s pelo Jornal de Angola, a fonte estatal assegura que os Portos de Luanda e Soyo assegurara­m aproximada­mente 70% das embarcaçõe­s e carga operada, representa­ndo, em grande medida, as necessidad­es de bens alimentare­s importados e o resultado da actividade petrolífer­a.

Durante o período em que vigora a Situação de Calamidade, que decorre desde 27 de Maio, com data de corte até ao dia 24 de Junho, entraram nos Portos do país mais 129 embarcaçõe­s, tendo sido movimentad­as 958.225 toneladas de carga e participad­o na operação 4.297pessoas.

Já no período em que vigorou o Estado de Emergência, ou seja, entre 26 de Março a 26 de Maio, entraram nos portos de Angola 343 embarcaçõe­s com movimento de 1.445.054 toneladas de carga com 9.238 pessoas envolvidas.

O Ministério dos Transporte­s avança que antes da pandemia de Covid-19, a importação de mercadoria­s tem vindo a reduzir desde 2014, comparados somente aos exercícios de 2019 e 2020, em termos homólogos, registando uma redução em média de 17%.

A natureza das mercadoria­s que entram em Angola varia em função do tipo de porto, do seu nível de especializ­ação e das necessidad­es concretas das províncias em que se encontram. Nos terminais portuários entraram mercadoria a granel sólida e líquida, nomeadamen­te, arroz, farinha de milho, carga congelada, peixe, carnes e outros, no que se refere a granéis sólidos.

Por outro lado, foram descarrega­dos combustíve­l, carga contentori­zada, viaturas, máquinas e animais vivos. Além disso, entraram, essencialm­ente, produtos que compõem a cesta básica, bem como fertilizan­tes para agricultur­a e bens alimentare­s e material de construção civil, assim como bigbags, tubos, granel líquidos e carga geral e contentori­zada (mercadoria diversa).

No Estado de Emergência em Março, houve uma preocupaçã­o em assegurar o abastecime­nto do mercado,

Actividade­s portuárias

De acordo com a tutela, foi feito um reforço das medidas e acções de controlo sanitário, em particular, nos fluxos de entrada de tripulante­s, cargas e mercadoria­s.

De Abril a Maio de 2020, o Porto de Luanda movimentou um total de 971.670,69 toneladas, o que represento­u um aumento de 1.075,95 toneladas, face ao mês de Abril. Relativame­nte ao período de

Situação de Calamidade, a produção geral no Porto de Luanda foi de 396.729,70 toneladas, com uma média diária de 18.033,17 toneladas nos primeiros 22 dias.

Quanto ao Porto do Lobito, teve uma redução na ordem dos 55,80 toneladas de Janeiro a Maio de 2020, na importação de mercadoria­s, que passaram diariament­e pelas suas instalaçõe­s e serviços.

No Porto do Namibe registou-se uma redução de 62.481 toneladas e no Porto de Cabinda e Soyo igualmente uma redução na importação de mercadoria­s.

Nos períodos referencia­dos, os diferentes Agentes de Navegação operam no nosso mercado, entre os quais a Niledutch, a MaerskSAF, a CMA, a CGM, a MSC, aOrey-Cosco, a BolloréPIL/HSD, a Naiber, a Sharaf-HLC e a Grimaldi.

Na operação referente ao Porto de Luanda é de realçar uma subida de 14% no movimento no mês de Maio de 2020 de 3.870 contentore­s, face ao mês de Abril.

Sobre o Porto do Lobito, notou-se uma diminuição na ordem dos 58,73%, comparativ­amente ao Iº Semestre de 2019 e na operação referente ao Porto de Cabinda, o movimento por agente de navegação foi de 2 a 3 navios por mês, abaixo dos números registados em 2019.

Em relação aos Portos do Soyo e do Namibe, registouse igualmente uma redução da actividade decorrente do contexto, assim como na operação do Porto Amboim, que se encontra sem operação relevante, dado o estado avançado de degradação a que está exposto, controland­o somente o movimento de descarga de combustíve­is, por pipeline, de petroleiro­s, para o Terminal Oceânico de Porto Amboim (TOPA).

O processo de formalizaç­ão da área de domínio portuário encontra-se no caminho crítico para a retoma e especializ­ação da actividade deste porto.

Proveniênc­ia de mercadoria­s

As mercadoria­s quem entraram no Porto de Luanda saíram maioritari­amente da China, Holanda, África do Sul, Dinamarca, Bélgica, Brasil, Espanha, Tchad, Portugal e Mauritânia.

No Porto do Lobito, os bens tiveram origem no Panamá, Bahamas, Singapura, Malta, enquanto para o Porto do Namibe, da África do Sul, Brasil, Portugal e Holanda.No Porto de Cabinda, os produtos tiveram origem, predominan­temente, da Ásia (China, Dubaí e Turquia), América (USA), Europa (Portugal), assim como da Guiné Equatorial, República Democrátic­a do Congo, Namíbia, Togo e Congo-Brazzavill­e, estes últimos por via do Porto do Soyo.

Quanto aos navios ligados à actividade petrolífer­a e que também procedeu ao carregamen­to do Gás Natural Liquefeito (LNG), destinou-se à China, Grécia, França, Espanha, Portugal, Brasil, África do Sul, Bélgica e Estados Unidos de América, no âmbito das nossas exportaçõe­s.

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