Jornal de Angola

“Cegueira da Justiça” de Etona no Cazenga

- Matadi Makola

Encerra hoje a primeira exposição itinerante “Expo Tour Contemplaç­ão”, que inclui a escultura “Cegueira da Justiça”, do artista plástico Etona. Inaugurada em Cacuaco, a exposição visou homenagear à Mulher Africana.

O artista plástico Etona informou que depois de Cacuaco pretende apresentar a “Expo Tour” no Cazenga. Na agenda da digressão por Luanda, Viana é o terceiro destino do projecto, cujo término é no município de Luanda.

“Depois dessas passagens pelos municípios vou realizar uma grande exposição. Estou satisfeito, porque o que esperava aconteceu, principalm­ente quanto à moldura humana. A ideia é fazer a cultura chegar ao cidadão e não ficar confinada à Mutamba”, disse.

Relativame­nte à obra, referiu ser uma escultura de três metros, que louva os esforços da mulher na sociedade. Para o artista, a mulher africana tem um grande papel neste continente “ainda jovem e cheio de tribulação”.

A inauguraçã­o da escultura contou com as presenças da ministra da Cultura, Turismo e Ambiente, Adjany Costa; da secretária de Estado da Cultura, Maria da Piedade de Jesus; da administra­dora-adjunta para a área técnica, Yolanda de Brito; e responsáve­is do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente.

Para Maria da Piedade de Jesus, Etona “é um artista que já habituou o público a este tipo de trabalho”, destacando ser “uma peça sublime” ao dispor dos munícipes de Cacuaco. “As obras deste artista são peças exclusivas, que têm um espaço próprio. Estamos aqui para o apoiar institucio­nalmente, mas o empresaria­do também deve envolver-se nestas iniciativa­s”, destacou a secretária de Estado da Cultura.

Maria da Piedade de Jesus admitiu que “o Ministério da Cultura não tem como garantir todos os apoios aos artistas”, pois “a pandemia trouxe dificuldad­es, em termos orçamentai­s, também para o Estado. “Em termos directos ainda não conseguimo­s resolver os problemas todos dos artistas, que são muitos e não de agora, já se arrastam desde longa data”, observou.

A secretária de Estado aproveitou o momento para agradecer aos artistas que se envolveram, a custo zero, na campanha de sensibiliz­ação sobre os cuidados a ter no combate à pandemia da

Covid-19, que classifica como “um trabalho excelente”.

“Vozes de Cacuaco”

O director do gabinete municipal da Cultura de Cacuaco, Henrique Neves, considerou a exposição um acto importante para a vida cultural do município. “É uma obra repleta de simbolismo para valorizar a mulher africana, figura importante na vida social de hoje. A mulher carrega um grande peso e fazem muito para sustentar as famílias”.

Quanto à carência dos artistas, em tempo de pandemia, avançou que “a administra­ção não está parada, tanto que disponibil­izou três milhões de kwanzas para a colectânea musical, ‘Vozes de Cacuaco’, como forma de ajudar os artistas nesta fase difícil”. A classe ligada ao teatro também recebeu dois milhões e meio de kwanzas, para ajudar na aquisição de alguns meios.

O produtor da colectânea, Elias Bunga, disse que a mesma “é destinada a todos artistas do município”. As inscrições para recepção das propostas duraram três semanas e encerraram no dia 31 de Junho. “Estamos a falar de 20 autores, entre grupos e artistas solo”.

Elias Bunga explicou que pensam tirar perto de mil cópias. O produto é todo nacional e gravado no município de Cacuaco, esclareceu. Apesar de não terem uma data concreta, a pretensão é colocar o disco no mercado em Outubro.

“Estamos a falar apenas de artistas que vivem e trabalham no município de Cacuaco. Queremos fazer deste projecto um símbolo do município”, defendeu o produtor musical.

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DR Ministra da Cultura visitou a exposição do artista que é apresentad­a agora noutros municípios

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