Jornal de Angola

“O número oito era da sorte”

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A força mental e a capacidade de motivar os colegas em campo quer nos momentos de tristeza quer de alegria, fizeram do antigo camisola número oito, dos clubes que represento­u, Sporting Clube do Maxinde, Marinha FC, 1º de Agosto, Interclube, Alverca FC e Mangualde FC, com excepção do Progresso Sambizanga, onde terminou a carreira e alternava a 4 e 6, um atleta ímpar.

O espírito de competição, capacidade de liderança, poder, responsabi­lidade e a busca incessante pela vitória, são atributos que representa­m o número oito, segundo a numerologi­a bíblica. “Com duas bolas escrevia o meu número da sorte”, risos.

“Fui sempre um incentivad­or para os colegas em campo e eles sabem disso. Mesmo em fim de carreira, dizia aos mais jovens, 'meus kandengues vamos correr porque é aqui onde sai o nosso dinheiro para comprarmos peixe, fuba e tomate para não faltar nada em nossa casa'”, motivava

“As pessoas que me conhecem sabem que sou sério e muito responsáve­l, quando se trata de trabalho. O Túbia, o Mingo e tantos outros sabem disso. Nós jogamos num período em que, por vezes, o prémio era uma lata de leite Nido e mais algumas comprinhas que íamos à busca na Cantina da Polícia. Eu dizia, 'é pouco mas é nosso'”, recordou.

Com orgulho, diz que tudo que “consegui na minha vida foi graças ao desporto. Dizer que me sinto realizado, estarei a mentir, porque o ser humano é egoísta e quer sempre mais. Ainda assim, confesso que o pouco que tenho foi conquistad­o com muito sacrifício, e o que falta vou adquirindo aos poucos”, destacou.

Mendinho considerou a passagem pelo Progresso Sambizanga, clube onde terminou a carreira, como mais uma experiênci­a que valeu a pena e agradece a direcção dos sambilas pelo convite. Reconheceu que, mesmo sem o fulgor do outro tempo, ainda ajudou a sua última equipa a competir ao mais alto nível diante dos adversário­s.

“Após o meu regresso ao país e a convite do Sr. Galvão Branco, na altura presidente do clube, ainda fiz uma ‘perninha' no Progresso Sambizanga. Devo dizer que aproveitei mais esta oportunida­de, para transmitir a minha experiênci­a aos mais jovens. E fui muito bem recebido”, avaliou.

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