Camionistas de Benguela cobram dívida ao MED
Camionistas da província de Benguela clamam pelo pagamento de mais de cem milhões de kwanzas
Uma dívida de mais de cem milhões de kwanzas, contraída pelo Ministério da Educação, durante a operação de transportação de material escolar da África do Sul para Angola, no início deste ano, está a estrangular a actividade de vários operadores de camionagem da província de Benguela, apurou o Jornal de Angola, junto de alguns lesados.
“Não compreendemos as razões que levam o Ministério da Educação a não pagar até hoje o trabalho realizado, uma vez que estava tudo autorizado por um Despacho Presidencial”, disse o administrador de uma das empresas lesadas, que pediu para não ser identificado, por temer represálias em futuros trabalhos.
De acordo com o empresário, houve um engajamento sem precedentes na referida operação, que envolveu um total de 164 camiões de diferentes agentes transportadores, porque o pagamento estava assegurado por um Despacho Presidencial, datado de Dezembro de 2019.
O referido Despacho, autorizou a referida despesa e formalizou a abertura do procedimento de contratação simplificada, tendo sido adoptado o critério material para a selecção dos operadores que participaram na gestão logística e transportação dos materiais curriculares, a partir da África do Sul.
Contactada pelo Jornal de
Angola, uma fonte da Direcção Provincial de Educação em Benguela, que também não quis ser citada, escusou-se a comentar o assunto, alegando que toda a operação foi dirigida pela então titular da pasta, na altura Ana Paula Elias, a partir de Luanda.
O Despacho Presidencial, delegou a ministra da Educação competências para a aprovação das peças do procedimento concursal e a celebração dos contratos com os transportadores, bem como o asseguramento dos recursos financeiros necessários para que mais de 20 milhões de livros e manuais escolares chegassem a diferentes províncias do país, antes de iniciar o ano lectivo corrente, actualmente suspenso por força da pandemia da Covid-19.
Nos contratos celebrados, individualmente com as empresas de transportação, o Ministério da Educação comprometeu-se em efectuar o pagamento em duas prestações, mas até ao momento apenas realizou o primeiro pagamento, remetendo-se a um silêncio que está a causar séria apreensão nas empresas envolvidas, que se encontram a viver uma autêntica crise, por não conseguirem honrar os seus compromissos que vão do pagamento de salários a outras obrigações.