Desavenças familiares levam crianças a viverem nas ruas

A pobreza, as desavenças entre os casais e a carência alimentar, são algumas das razões que levam muitas crianças a abandonarem os lares e passarem a viver na rua, disse o coordenador dos lares Dom Bosco, Adjaime de Freitas.

O responsável, que falava no espaço online “Fale connosco”, realizado sextafeira, sob o lema “Procedimentos para localizar e reunificar famílias de crianças de rua”, disse que muitas crianças estão na rua porque em casa só têm uma refeição, diariamente, e de forma irregular.

Adjaime de Freitas apontou como solução para a reunificação das famílias, a realização de um trabalho conjunto com a criança e a unificação da família (casais separados).

Alertou, para isso, a intervenção do Estado como elemento importante, na medida em que as questões de separação e pobreza resultam no declínio social.

Admitiu que, nos últimos tempos, não são apenas crianças que vão para a rua à procura de sustento, sendo que as próprias famílias também acompanham a elas para mendigar. “Temos notado que muitas famílias estão expostas na via pública à procura de alimento. Pensamos que isso resulta do fraco poder de sustentação que essas têm”.

Adjaime de Freitas disse que muitas vezes descarta-se tirar as crianças da rua e leválas para suas casas, “porque nota-se que esta mesma criança, dias depois, volta para rua”.

Para ele, é preciso que se trabalhe, primeiro, na reinserção e socialização social da criança com o desenvolvimento de actividades pontuais, como a escola e outras que lhe permitam lidar com outras crianças.

O responsável pelos lares Dom Bosco deu como exemplo o trabalho levado a cabo pelo Centro de Acolhimento da instituição, que visa a reunificação das famílias, onde são estudadas as condições de vida e sociais da família, quem vai recebê-la para a reunificação social e levá-la a habitar num ambiente familiar saudável.

Na próxima sexta-feira, o espaço “Fale connosco” vai abordar sobre “O papel das artes no desenvolvimento cognitivo da criança”. A iniciativa é transmitida ao vivo na página oficial do Facebook da Fundação Arte e Cultura, com a finalidade de criar um espaço de debate aberto sobre crianças e adolescentes, bem como o papel das artes educativas na sua formação. Propõe, igualmente, trazer temáticas em torno das políticas dos centros de acolhimento, o seu papel na garantia da formação e segurança das crianças e adolescentes. O projecto é resultado de um esforço conjunto da Fundação Arte e Cultura e do Instituto Nacional de Criança (INAC).