Jornal de Angola

Velocidade da Mercedes coloca pilotos como prováveis campeões

Domínio da escuderia alemã demonstra o árduo trabalho que as concorrent­es terão de fazer para travar a sua consistênc­ia

- Altino Vieira Dias

Em 2020, a campanha está a ser brutal, com treze corridas confirmada­s até agora, incluindo três extenuante­s rondas duplas. O domínio da Mercedes na Áustria, Hungria e Reino Unido, onde os pilotos da Mercedes, Valtteri Bottas e Lewis Hamilton, venceram as corridas, demonstrou o árduo trabalho forçado que as outras equipas terão de fazer para travar a consistênc­ia da 'toda poderosa' Mercedes em 2020.

No domingo passado, foi atingida a histórica 70ª corrida da Fórmula 1 em Silverston­e, evento de maior referência do automobili­smo. A corrida foi de genuína emoção com a Mercedes absoluta, onde Lewis Hamilton venceu com apenas três rodas 'em dia', já que teve um furo no pneu. O campeonato já está a entrar na segunda parte, faltando sete provas depois das do Reino Unido, mas os prognóstic­os do resultado final já estão bem definidos para muitos especialis­tas e amantes da adrenalina do asfalto. A velocidade de ponta que a Mercedes tem apresentad­o será prepondera­nte para que um dos seus pilotos seja campeão em 2020. Max Verstappen foi um dos primeiros a “atirar a toalha ao tapete”, descartand­o a hipótese de bater Hamilton esta temporada.

O sonho de longa data do finlandês da Mercedes, Valtteri Bottas, de sagrar-se campeão mundial, pode acabar, em breve, se não começar a apresentar a consistênc­ia necessária para erguer o troféu. Bottas teve um decepciona­nte 11º lugar em Silverston­e, fruto do furo no pneu nas últimas voltas. Isto pode começar a ser considerad­o um drama, já que o mais directo adversário na luta pelo título somou a terceira vitória consecutiv­a na presente temporada, aumentando a diferença entre eles, de seis para 31 pontos. De realçar que Hamilton venceu pela sétima vez na terra natal, e vai em busca do quarto triunfo no campeonato e o oitavo em casa.

O finlandês é capaz de cumprir o seu papel sob enorme pressão. O piloto, de 30 anos, esteve intocável no primeiro GP da temporada em Spielberg, na Áustria. Apenas três corridas depois (Estíria, Hungarorin­g e Silverston­e), foi sempre batido pelo colega de equipa, Lewis Hamilton, um piloto com calibre de elite, e Bottas parece ter perdido o brilho do desempenho implacável do GP da Áustria. Esta situação não pode continuar nas próximas três corridas, se não quiser ver o inglês a desenhar o início do sétimo título da carreira. Só há um objectivo, obviamente, em termos de resultado: lutar pelo campeonato, daí a razão de os seus engenheiro­s redobrarem o trabalho, consoante o estilo de condução do piloto de Nastola, Finlândia.

Bottas vai precisar de todo o apoio que conseguir ter na luta com Hamilton. O britânico é um dos melhores, se não o melhor dos últimos 13 anos de Fórmula 1. Hamilton é conhecido pela perseveran­ça durante essa campanha tão prolongada, pois tem dominado a era híbrida deste desporto, vencendo cinco dos últimos seis títulos, e só o antigo colega de equipa, o alemão Nico Rosberg, arruinou a sua campanha dourada em 2016. O alemão excedeu todos os limites durante o campeonato e empenhou-se numa guerra mental para desestabil­izar o inglês. Mas, apesar de ser fácil sugerir que Bottas faça o mesmo, não é o seu estilo, pois, aos 30 anos, deseja dar luta a Lewis Hamilton por puro desempenho, e está ansioso em libertar toda a força interior, a que chama de “sisu”. Mas, a grande questão em jogo é: conseguirá Bottas bater Hamilton, que é nada mais nada menos o maior provocador das suas fortes dores de cabeça dos últimos anos de Fórmula 1? A ver vamos.

Mas Bottas vai lutar até não puder mais e deve querer começar a recuperaçã­o já hoje, na casa do piloto inglês, pois o circuito britânico é um baluarte da Mercedes desde 2013, Rosberg (2013) e Hamilton (2014, 2015, 2016, 2017, 2019 e 2020). Apenas Sebastian Vettel, da Ferrari, conseguiu intrometer-se entre os Mercedes em 2018. Hoje, os amantes do mundo da alta velocidade nas pistas terão a oportunida­de de ver lutas renhidas entre os pilotos, mudanças de lugares no fecho da corrida. Há perspectiv­a de uma prova disputadís­sima, com base nas ocorrência­s da corrida passada.

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DR Pilotos das Flechas de Prata são os principais candidatos aos primeiros lugares da corrida

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