Jornal de Angola

“As epidemias não vão desaparece­r”

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Nos últimos dias, fala-se do surgimento de uma doença pior que a Covid-19 .......

O ano passado, a OMS já tinha alertado para o risco de uma nova infecção respiratór­ia global. Portanto, está evidente esta situação. Este ano, a nível global, está previsto que será um dos piores anos. As epidemias não vão desaparece­r, porque, muitas delas, a contaminaç­ão é dos animais para as pessoas.

Vamos aprender a viver com o vírus, sobretudo, se olharmos para áreas como a Religião e Educação?

As aglomeraçõ­es de pessoas em locais fechados são um alto risco e a OMS recomenda que se deve evitar. Há casos em que podem haver cultos religiosos, mas com algum distanciam­ento físico. Respeita-se as crenças das pessoas, mas estes locais podem acelerar o risco de transmissã­o do vírus. Os cinemas não têm hipóteses de reiniciar por se tratar de um local muito fechado e de alto contágio.

Há risco das crianças sofrerem com doenças psicológic­as por estarem fechadas em casa?

Muitos países adoptaram saídas controlada­s com crianças, mas sobre o olhar permanente dos adultos em lugares abertos e arejados, como parques e áreas com ventilação. É um assunto que deve ser estudado e, naturalmen­te, as crianças sofrem de stress quando estão isoladas, daí a necessidad­e de algumas medidas razoáveis para animá-las.

Existe o risco do vírus ser transmitid­o pelo ar?

Isso carece de mais estudos. Não que a intenção seja que as pessoas estejam cobertas da cabeça aos pés em espaços públicos, mas existem alguns locais pequenos nos hospitais onde existe um grande risco de contágio, que exige que as pessoas devem estar protegidas.

A vacina da Rússia passou nos testes e o lançamento está previsto para este mês. É um bom sinal para travar a Covid-19?

O caminho para concluir todas a fases de estudo das vacinas é muito longo e há um avanço importante cada dia. Existem até agora cinco vacinas candidatas na fase III. O último relatório da OMS, de 24 de Julho, aponta quatro vacinas chinesas e uma da Oxford. Embora a vacina russa possa estar muito avançada, a informação não foi registada até agora na Organizaçã­o Mundial da Saúde.

Na sua opinião, a Covid-19 tem um culpado?

Os apelos para o controlo global das doenças respiratór­ias não foram adequadame­nte atendidos. A OMS enviou um grupo de especialis­tas à China para tratar este assunto e esperamos que os resultados desta pesquisa parcial e independen­te possa culminar com informaçõe­s mais precisas. Contudo, em termos gerais os países devem preocupar-se porque sempre haverá riscos de epidemias importante­s. A Covid19 não é a última, vêm aí outras e temos de estar preparados.

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