CEEAC vai relançar integração regional
Presidente da Comissão afirmou que o grupo que coordena vai trabalhar para concretizar a missão confiada pelos líderes
O presidente da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), o angolano Gilberto Veríssimo, prometeu, terça-feira à noite, em Libreville, Gabão, relançar e aprofundar o processo de integração da região para a construção de um futuro comum, num ambiente de paz.
O presidente da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), o angolano Gilberto Veríssimo, comprometeu-se em relançar e aprofundar o processo de integração da região para a construção de um futuro comum, num ambiente de paz, segurança e estabilidade.
Segundo o discurso que proferiu, na cerimónia de despedida do antigo secretário-geral e a instalação da Comissão da CEEAC, na terça-feira, em Libreville, Gabão, enviado ao Jornal de Angola, a partir de Libreville, Gabão, Gilberto Veríssimo afirmou que o grupo que coordena vai trabalhar para concretizar a missão confiada pelos Chefes de Estado.
“Eles depositaram a sua confiança em nós, dandonos a missão de relançar e aprofundar o processo de integração da nossa região, tendo em vista a construção de um futuro comum num ambiente de paz, de segurança e estabilidade, assegurados por um desenvolvimento sócio-económico harmonioso e sustentado, uma boa governação, o melhoramento das condições de vida dos cidadãos, a liberdade e a justiça”, sublinhou.
No discurso, o responsável comprometeu-se em desenvolver programas e acções conducentes à promoção de um desenvolvimento sócioeconómico e harmonioso da região, através de um processo de integração das economias.
Segundo Gilberto Veríssimo, os programas de acção passariam, igualmente, pelo processo de integração regional das sociedades dos Estados membros. Prevê, também, programas que contribuam para uma boa governação e o desenvolvimento de um ambiente de paz, segurança e de estabilidade sustentável, para que a região se apresente como um importante espaço comum nas relações internacionais e para a economia mundial.
“A CEEAC tem a obrigação de apresentar resultados que passam, necessariamente, pela implementação de um sistema de gestão fundada na performance e centrada nos resultados”, disse o diplomata, eleito ao cargo em Julho deste ano.
Pouco progresso
Gilberto Veríssimo indicou que um exame superficial dos resultados das actividades da CEEAC em quase todas as áreas, ao longo dos últimos 37 anos de existência, mostra que a Comunidade subregional fez muito pouco progresso, comparado com os seus objectivos. “É, actualmente, uma das Comunidades Económicas Regionais (CER) Africanas menos desenvolvida”, sublinhou.
O facto, acrescentou, não passou despercebido aos Chefes de Estado e de Governo, que decidiram proceder, recentemente, a uma profunda reforma da CEEAC, desenvolvida ao longo dos últimos cinco anos, sob a liderança do Presidente Ali Bongo Ondimba, que resultou na assinatura do Tratado Revisto, assinado no dia 18 de Dezembro de 2019.
“No momento em que assumimos o cargo, nada mais pode ser feito a respeito do passado, excepto nos lembrarmos de que ele é uma fonte de conhecimento dos erros que não devem ser repetidos”, salientou.
Gilberto Veríssimo apontou, ainda, a elevação da África Central ao nível da riqueza das populações e dos recursos naturais para conferir, à sub-região, um sentido de competitividade que a apresente como um destino atraente para os seus habitantes, em particular os jovens, como para aqueles que pretendem fazer negócios ou estabelecer-se.
Considerou o Tratado Revisto da CEEAC, que ratificado por nove dos 11 Parlamentos dos Estados-membros, um instrumento que pode colocar a organização de volta ao caminho da integração regional.
Essa integração económica, no seu entender, deve ser apoiada pelo desenvolvimento de infra-estruturas, um mercado comum, a livre circulação de capitais, de pessoas e bens e uma maior integração dos povos da região.
Os novos membros da Comissão, com um mandato de cinco anos não renováveis, foram eleitos na última Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CEEAC, realizada dia 30 de Julho, por videoconferência, no quadro das reformas introduzidas pelo Tratado Revisto.
São membros da CEEAC, criada em Libreville, Gabão, em Outubro de 1983, Angola, Burundi, Camarões, Gabão, Guiné Equatorial, República Centro Africana (RCA), República Democrática do Congo (RDC), República do Congo, Rwanda, São Tomé e Príncipe e Tchad.
“No momento em que assumimos o cargo, nada mais pode ser feito a respeito do passado, excepto nos lembrarmos de que ele é uma fonte de conhecimento dos erros que não devem ser repetidos”