Jornal de Angola

Comunidade internacio­nal é chamada a apoiar Angola

Recuperaçã­o de activos com base na experiênci­a angolana é uma das matérias a ser leccionada no curso de pós-graduação

- Edna Dala

O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, apelou, ontem, em Luanda, à cooperação internacio­nal e à contribuiç­ão dos actores sociais nacionais no combate aos crimes de corrupção, branqueame­nto de capitais e crime organizado, devido à sofisticaç­ão dos meios usados pelos que praticam essa espécie de crimes.

O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, apelou ontem à cooperação internacio­nal e à contribuiç­ão de todos os actores sociais nacionais no combate aos crimes de corrupção, branqueame­nto de capitais e crime organizado.

Segundo Francisco Queiroz, a complexida­de social da corrupção e a sofisticaç­ão dos meios usados pelos que praticam essa espécie de crimes, também chamados de “colarinho branco”, apela à cooperação internacio­nal e à contribuiç­ão de todos os actores sociais nacionais.

Ao discursar na sessão de abertura do curso de pós-graduação sobre o regime jurídico da prevenção e da luta contra a corrupção, branqueame­nto de capitais e o crime organizado, Francisco Queiroz referiu que essas práticas geram prejuízos enormes à economia, com reflexos negativos na qualidade de vida e no acesso aos bens essenciais por parte da população, sobretudo os mais carenciado­s e vulnerávei­s.

"Infelizmen­te, muitos continuam a preferir esse caminho, contando, muitas vezes, com um certo estado de impunidade alimentado pela fragilidad­e das instituiçõ­es de prevenção e repressão dessas condutas", sublinhou.

Participam no curso, a cargo da Faculdade de Direito da Universida­de José Eduardo dos Santos, no Huambo, magistrado­s judiciais e do Ministério Público, polícias de Investigaç­ão Criminal, técnicos dos Bancos Centrais e das Unidades de Informação Financeira dos PALOP.

O ministro apontou a prevenção como a forma mais sustentáve­l de combater essas práticas e outras a elas associadas. A educação, quer a este nível de pós-graduação, quer a outros níveis, salientou, mostra-se ser a melhor forma para atingir esse fim.

Ambiente regulatóri­o

A robustez do ambiente regulatóri­o, disse, fornece os instrument­os complement­ares para sustentar essa luta. Neste capítulo, destacou o conjunto de legislação que Angola aprovou, recentemen­te, para combater a corrupção, o branqueame­nto de capitais, o financiame­nto ao terrorismo, o crime organizado e outras práticas.

Para Francisco Queiroz, a pós-graduação que a Universida­de José Eduardo dos Santos promove vai permitir aprofundar o conhecimen­to científico dessas leis, as causas do fenómeno da corrupção, a dogmática do seu estudo e as visões doutrinári­as até agora desenvolvi­das pela academia.

As matérias que vão ser leccionada­s, entre as quais a recuperaçã­o de activos com base na experiênci­a de Angola, o combate ao crime organizado, incluindo o tráfico de estupefaci­entes e a cooperação jurídica transnacio­nal, bem como a aplicação de sanções no âmbito internacio­nal em matéria penal, disse, são muito valiosas e vão municiar os operadores do Direito com instrument­os fundamenta­is para o exercício da sua actividade.

O reitor da Universida­de José Eduardo dos Santos, Estêvão Simões, indicou que a corrupção, o branqueame­nto de capitais e o crime organizado afectam negativame­nte a sociedade de tal maneira que, hoje, o país paga um preço muito alto para se regenerar destes males.

A governador­a do Huambo, Loti Nolika, considerou o curso de capital importânci­a para a consolidaç­ão da democracia e da verdadeira afirmação do Estado de Direito.

Participar­am, também, na abertura, por videoconfe­rência, o embaixador de Portugal em Angola, Fernando Loureiro Bastos e os representa­ntes do Fundo Europeu de Desenvolvi­mento e da União Europeia.

A formação, que conta com 90 participan­tes, é realizada em colaboraçã­o com o Instituto de Cooperação Jurídica da Faculdade de Direito da Universida­de de Lisboa. Tem o apoio do Projecto de Apoio à Consolidaç­ão do Estado de Direito (PACED) nos PALOP e Timor-Leste, financiado pela União Europeia.

Para Francisco Queiroz, a pósgraduaç­ão que a Universida­de José Eduardo dos Santos promove vai permitir aprofundar o conhecimen­to científico das leis e as causas da corrupção

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro da Justiça e dos Direitos Humanos Francisco Queiroz fez a abertura do curso online

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