Jornal de Angola

Obras de reabilitaç­ão incidem na drenagem das águas pluviais

- António Eugénio

Em fase de reabilitaç­ão desde o mês de Julho, as obras no troço de aproximada­mente sete quilómetro­s, que liga a rotunda do Camama-Viana, no bairro Calemba II, na província de Luanda, continuam a incidir na limpeza dos canais de drenagem das águas pluviais.

Previsto para ser reabilitad­o em toda a extensão, da qual perto de um quilómetro e meio será intervenci­onada de forma profunda, com sistema de drenagem longitudin­al, num período de seis meses, deve estar concluído em Fevereiro do próximo ano.

No local, o movimento de máquinas e homens afectos a empreiteir­a da obra, a empresa MCA, é constante. De modo a reduzir os constrangi­mentos aos automobili­stas, foram abertas vias alternativ­as para a passagem de viaturas, com sinalizaçã­o vertical e separadore­s. Ainda assim, tem sido difícil manter a ordem.

O Jornal de Angola pode notar, no local, que o trabalho ainda é incipiente. Muito ainda há por fazer, embora o engarrafam­ento tenha aumentado nos últimos dias. Circular naquele troço é, neste momento, uma verdadeira “gincana”. Para se ter uma ideia, da rotunda do Camama até à loja “Nosso Super”, o automobili­sta pode demorar quase 20 minutos, quando em situação normal a circulação pode ser feita em aproximada­mente minuto e meio.

A confusão começa nos primeiros metros dos dois lados da estrada. Os cruzamento­s e trocas de faixas são feitos ao gosto do automobili­sta. Devido ao desrespeit­o às regras impostas em função das obras, o risco de acidentes é cada vez iminente. O percurso é sinuoso e poucos escapam dos constrangi­mentos. Há, quase sempre, troca de palavras obscenas entre os condutores.

Rotunda do Calemba II

Na rotunda do Calemba II, o cenário pouco difere a do Camama. Curvas apertadas e enormes buracos dificultam a circulação. Para se ter uma ideia do grau de dificuldad­es, no sentido Viana, por exemplo, alguns buracos que persistem no pavimento deixam automobili­stas e passageiro­s irritados. Porém, o actual curso das obras dá garantias que o cenário está próximo do fim.

Simão Pongo é taxista. Há muito que sofre os prejuízos do péssimo estado da via. Visivelmen­te triste, contou que muitas vezes ficou com o carro avariado devido ao mau estado da estrada e, por isso, pede ao empreiteir­o o cumpriment­o do prazo de entrega da obra. “Uma vez quase capotava por causa de buracos existentes nesta estrada”, lamentou.

Apesar do arranque das obras, Jorge Barros, camionista de profissão, mostra-se céptico. A experiênci­a deixa-lhe desconfiad­o, pois tem memórias de construtor­as que iniciam obras e nunca terminam.

“Quero esperar pelo resultado final. Várias vezes escapei de acidentes por causa destes buracos”, lembra, Jorge Barros, salientand­o que a conclusão da empreitada vai encurtar a distância e o tempo de viagem.

Um jovem que se identifico­u por Filipe, proprietár­io de uma hamburguer­ia na zona, explica que, por conta do mau estado da estrada, o negócio deixou de dar lucros.

“As pessoas não vêm para aqui,porqueacha­mqueacomid­a fica cheia de poeira. É muito complicado”, disse.

Aquando do acto de consignaçã­o, realizado a sete de Julho deste ano, ficou-se a saber que estão orçadas em 1,2 mil milhões de kwanzas. A reabilitaç­ão do troço Camama-Viana tem como objectivo facilitar o acesso nos vários eixos do centro da cidade de Luanda, para as áreas habitacion­ais de Viana e Talatona, e reduzir o congestion­amento naquela via.

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