Obras de reabilitação incidem na drenagem das águas pluviais
Em fase de reabilitação desde o mês de Julho, as obras no troço de aproximadamente sete quilómetros, que liga a rotunda do Camama-Viana, no bairro Calemba II, na província de Luanda, continuam a incidir na limpeza dos canais de drenagem das águas pluviais.
Previsto para ser reabilitado em toda a extensão, da qual perto de um quilómetro e meio será intervencionada de forma profunda, com sistema de drenagem longitudinal, num período de seis meses, deve estar concluído em Fevereiro do próximo ano.
No local, o movimento de máquinas e homens afectos a empreiteira da obra, a empresa MCA, é constante. De modo a reduzir os constrangimentos aos automobilistas, foram abertas vias alternativas para a passagem de viaturas, com sinalização vertical e separadores. Ainda assim, tem sido difícil manter a ordem.
O Jornal de Angola pode notar, no local, que o trabalho ainda é incipiente. Muito ainda há por fazer, embora o engarrafamento tenha aumentado nos últimos dias. Circular naquele troço é, neste momento, uma verdadeira “gincana”. Para se ter uma ideia, da rotunda do Camama até à loja “Nosso Super”, o automobilista pode demorar quase 20 minutos, quando em situação normal a circulação pode ser feita em aproximadamente minuto e meio.
A confusão começa nos primeiros metros dos dois lados da estrada. Os cruzamentos e trocas de faixas são feitos ao gosto do automobilista. Devido ao desrespeito às regras impostas em função das obras, o risco de acidentes é cada vez iminente. O percurso é sinuoso e poucos escapam dos constrangimentos. Há, quase sempre, troca de palavras obscenas entre os condutores.
Rotunda do Calemba II
Na rotunda do Calemba II, o cenário pouco difere a do Camama. Curvas apertadas e enormes buracos dificultam a circulação. Para se ter uma ideia do grau de dificuldades, no sentido Viana, por exemplo, alguns buracos que persistem no pavimento deixam automobilistas e passageiros irritados. Porém, o actual curso das obras dá garantias que o cenário está próximo do fim.
Simão Pongo é taxista. Há muito que sofre os prejuízos do péssimo estado da via. Visivelmente triste, contou que muitas vezes ficou com o carro avariado devido ao mau estado da estrada e, por isso, pede ao empreiteiro o cumprimento do prazo de entrega da obra. “Uma vez quase capotava por causa de buracos existentes nesta estrada”, lamentou.
Apesar do arranque das obras, Jorge Barros, camionista de profissão, mostra-se céptico. A experiência deixa-lhe desconfiado, pois tem memórias de construtoras que iniciam obras e nunca terminam.
“Quero esperar pelo resultado final. Várias vezes escapei de acidentes por causa destes buracos”, lembra, Jorge Barros, salientando que a conclusão da empreitada vai encurtar a distância e o tempo de viagem.
Um jovem que se identificou por Filipe, proprietário de uma hamburgueria na zona, explica que, por conta do mau estado da estrada, o negócio deixou de dar lucros.
“As pessoas não vêm para aqui,porqueachamqueacomida fica cheia de poeira. É muito complicado”, disse.
Aquando do acto de consignação, realizado a sete de Julho deste ano, ficou-se a saber que estão orçadas em 1,2 mil milhões de kwanzas. A reabilitação do troço Camama-Viana tem como objectivo facilitar o acesso nos vários eixos do centro da cidade de Luanda, para as áreas habitacionais de Viana e Talatona, e reduzir o congestionamento naquela via.