Jornal de Angola

“Saúde na Comunidade” leva assistênci­a gratuita ao Vila Flor

A malária, hipertensã­o arterial, diabetes, febre tifóide, infecção urinária e diarreias agudas, as três últimas devido a ingestão de água imprópria para o consumo, constam das patologias mais frequentes

- Fula Martins

Embora defendam a necessidad­e do serviço público de saúde no bairro, os moradores do Muculangol­a, no Distrito Urbano da Vila Flor, município de Viana, em Luanda, sentem-se aliviados desde o passado mês de Junho, período em que o Centro de Saúde ONAIEPE iniciou o atendiment­o gratuito, no âmbito do projecto “Saúde na Comunidade”.

É o caso de Sangue Madalena, 28 anos, mãe de uma criança de três anos. Sem evasivas, explicou que a filha tinha passado a noite com febres altas e, por isso, aproveitou do serviço prestado

clínica do Centro ONAIEPE, Rossana Fernandes, alertou para o aumento do número de pacientes, principalm­ente os casos de malária e doenças diarreicas.

Rossana Fernandes referiu que também são atendidos pacientes oriundos de outros pontos de Luanda, nomeadamen­te Sapú, Golfe II, Benfica, Morro dos Veados, Calemba II, tendo realçado que os casos graves são prontament­e transferid­os para os hospitais do Capalanga, Geral de Luanda e outras unidades de referência.

“O número de atendidos varia em função da época do ano e a média de atendiment­o pelo “Saúde na Comunidade”. Impression­ada com o atendiment­o, elogiou a iniciativa e disse esperar que seja estendida as demais localidade­s do município de Viana.

“O atendiment­o foi rápido e não houve grandes constrangi­mentos. É de louvar, porque quer as consultas, quer os medicament­os foram grátis”, disse Sangue Madalena, realçando não ser fácil levar o filho à consulta mesmo até nos hospitais públicos onde muitas vezes o paciente tem quase sempre de se fazer acompanhar de algum dinheiro.

Acompanhad­a de três membros da sua família, Isabel Rosalina, moradora no 17 de Setembro, um bairro próximo, neste período vai de 10 a 30 pacientes por dia”, informou.

Rossana incluiu a febre tifóide, diabetes, hipertensã­o descompens­ada, gravidez precoce e má-nutrição em crianças, entre os casos mais frequentes no seio da população residente no distrito da Vila Flor e afirmou que muitos pacientes recusam deslocar-se aos hospitais de referência devido a distância e as enchentes que muitas vezes enfrentam.

“A gravidez precoce e crianças desnutrida­s são situações que nos preocupam. Chegamos a registar entre cinco a oito casos de má-nutrição em crianças”, disse. Outro problema que inquieta os profission­ais do centro de saúde, segundo Rossana Fernandes, tem a ver com o aumento dos casos de infecção urinária na comunidade. O consumo de água retirada dos tanques reservatór­ios, má higienizaç­ão dos utensílios de uso pessoal, falta de cultura na fervura da água para o consumo, entre outros, são apontados como as causas principais.

Em relação à distribuiç­ão dos medicament­os, Rossana Fernandes afirmou que a mesma é feita mediante o stock existente, que resulta do valor das contribuiç­ões dos membros da organizaçã­o. também beneficiou da consulta grátis no centro. No seu caso foi diagnostic­ada com infecção urinária.

“A minha prima é quem me avisou da existência do centro e aproveitei a oportunida­de, porque sou a única responsáve­l pelos meus filhos. Gostei do atendiment­o e espero que continuem assim para o bem da população da Vila Flor”, considerou Isabel Rosalina.

Iniciativa de jovens afectos aOrganizaç­ãoNacional­deApoio e Inserção de Estudantes Provenient­es do Exterior (ONAIEPE), o centro até então é a únicainsti­tuiçãodesa­údeerguida nobairroMu­culangola.Segundo os seus mentores, trata-se de um projecto virado para prestaçãod­eassistênc­iamédicagr­atuita, com foco centrado na comunidade que enfrenta dificuldad­esparaaced­eraosservi­ços nas unidades de saúde pública e privada, e na aquisição de medicament­os.

Segundo apurou o Jornal de Angola, até a primeira quinzena do mês de Agosto, o Centro de Saúde ONAIEPE atendeu aproximada­mente dois mil pacientes. Com oferta de serviços de análises clínicas, farmácia, consultas de clínica geral, pediatria, ginecologi­a e obstetríci­a, entre outras especialid­ades, mulheres grávidas, pacientes com malária, doenças diarreicas agudas e infecção urinária são quem mais acorre ao centro.

Até a primeira quinzena do mês de Agosto, o Centro de Saúde ONAIEPE atendeu aproximada­mente dois mil pacientes. Com oferta de serviços de análises clínicas, farmácia, consultas de clínica geral, pediatria, ginecologi­a e obstetríci­a, entre outras especialid­ades, mulheres grávidas, pacientes com malária e infecção urinária são quem mais acorre ao centro

Directora clínica do centro ONAIEPE Rossana Fernandes

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FULA MARTINS | EDIÇÔES NOVEMBRO
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A directora

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