Bungo ganha novo sistema de abastecimento de água
O novo sistema de captação, tratamento e abastecimento de água potável a ser construído no município do Bungo, província do Uíge, consta da carteira de investimentos do Ministério da Energia e Águas
A distância que percorre até ao rio Diu, e outros imprevistos que muitas vezes Eugénia Vumba enfrenta para ter acesso a água potável, a curto prazo podem entrar, definitivamente, no livro de recordações.
Residente na vila sede do município do Bungo, que dista 68 quilómetros da cidade do Uíge, Eugénia Vumba e demais munícipes não escondem a ansiedade com a sequência de movimentos de homens e máquinas que levará a construção do novo sistema de captação, tratamento e distribuição de água na localidade.
O mesmo sentimento persegue Pascoal Zola. Há anos que reside no Bungo, onde diz estar cansado da “seca”. Sobralhe motivos para reclamações. Pascoal Zola, que perdeu a conta das vezes que percorreu aproximadamente três quilómetros até ao rio, recebeu a boa nova com bastante entusiasmo. Deseja agora que haja celeridade no processo de construção para acabar, definitivamente com a falta de água e, por conseguinte, melhorar a qualidade de vida no município.
Anunciado há pouco mais de duas semanas pelo administrador municipal do Bungo, o novo sistema de captação, tratamento e abastecimento de água consta da carteira de investimentos do Ministério da Energia e Águas (MINEA). Confiante em dias melhores, em função da importância de que se reveste a obra, Panzo Joaquim realça que, se tudo correr como previsto, dentro de alguns meses as longas caminhadas com reservatórios de água para consumo ou uso nas tarefas domésticas deixaram de existir.
“A empresa construtora já iniciou a montagem do estaleiro e também mobilizou os equipamentos que vão dar o suporte técnicoelogísticoparaaexecução da empreitada”, informou.
Panzo Joaquim explicou, entretanto, que durante o processo de construção do novo sistema de captação, tratamento de distribuição de água, no quadro de um outro contrato celebrado entre o Ministério da Energia e Águas e a mesma construtora, vai ser recuperado o antigo sistema de abastecimento de água, inoperante há vários anos.
“A empresa assumiu o compromisso para, de forma provisória, recuperar o antigo sistema de abastecimento de água existente na vila do Bungo. Esperamos que este contrato seja cumprido com brevidade para a população voltar a ter água nas torneiras”, disse.
Novas infra-estruturas públicas
A par das iniciativas que visam acabar com a carência no abastecimento de água, o município do Bungo ganhou, durante o corrente ano, um conjunto de outras infra-estruturas públicas.
No âmbito do Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza (PIDLCP), segundo Panzo Joaquim, o sector da educação conta com mais sete salas de aula na aldeia Gombe, que vai conferir melhores condições de ensino a um número estimado em 560 alunos.
“Embora as actividades lectivas estejam suspensas, devido a pandemia da Covid-19, os jovens e crianças da aldeia Gombe têm a certeza que no retorno as aulas vão poder estudar numa escola devidamente equipada com carteiras e quadros”, disse Panzo Joaquim. Segundo apurou o Jornal de
Angola, a construção da ponte sobre o rio Diu, no troço que liga a Estrada Nacional 220 à aldeia Quimulunga, trouxe melhorias na circulação de veículos. As melhorias são também visíveis com a construção do sistema de captação e distribuição de água na aldeia Hinda e a reabilitação do edifício onde deve funcionar a repartição de identificação civil. Com a reabilitação desta última infraestrutura, os munícipes deixam de deslocar-se às cidades de Negage e Uíge para obtenção do Bilhete de Identidade.
Com cinco projectos inscritos, o Bungo beneficia, igualmente, do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM). Em fase avançada de construção está uma escola primária com sete salas de aula na aldeia Mulamba I, e uma outra de 12 salas de aula na vila do Bungo, para acolher alunos do II Ciclo do Ensino Secundário. No passado mês de Maio, foram adjudicadas as empreitadas para a construção de dois sistemas de captação e fornecimento de água às aldeias Quiputo e Quiombo. Neste particular, Panzo Joaquim disse que, das acções de constatação e fiscalização efectuadas pela administração municipal, as obras decorrem a ritmo acelerado e a conclusão está prevista para finais de Setembro.
“O PIIM é um programa que veio juntar ao Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza para relançar o desenvolvimento do município. Está a servir de pilar para promoção do crescimento e progresso da nossa localidade”, considerou.
Panzo Joaquim referiu que o quinto projecto inscrito no PIIM visa promover o saneamento básico na vila do Bungo e salientou que está em curso os procedimentos para contratação da empresa que se vai encarregar por esta empreitada.
Expansão da rede eléctrica
Do plano de acção do ano corrente e para 2021, consta o projecto de expansão da rede domiciliar de energia eléctrica e da iluminação pública para a vila e bairros circundantes.
O administrador municipal do Bungo explicou que o fornecimento deste serviço à população é garantido por dois grupos geradores de corrente eléctrica com capacidades de 600 KVA cada.
Para garantir o normal funcionamento dos dois grupos geradores da central térmica do município, Panzo Joaquim referiu que a administração conta com o fornecimento mensal de gasóleo de uma empresa pública. Embora a quantidade seja insuficiente, descartou a interrupção no fornecimento.
“Estamos sempre atentos a manutenção técnica dos dois geradores para se evitar avarias que os podem deixar inoperantes. As quantidades de combustíveis que recebemos não são suficientes, mas procuramos fazer uma gestão dos recursos para que não falte energia na vila”, disse.
Promoção de jovens talentos
Além da energia e água, construção, educação, saúde e agricultura, o administrador municipal do Bungo disse que a administração tem prestado especial atenção aos sectores do desporto e da cultura, visando a valorização e promoção de jovens talentos residentes no município.
Panzo Joaquim avançou que, para dinamizar o desporto, a formação de técnicos e árbitros de futebol, andebol, basquete e artes marciais figura no primeiro plano para que a actividade seja massificada e a região possa competir nos campeonatos provinciais e nacionais.
“Temos muitos jovens talentosos em várias modalidades desportivas, como futebol, andebol, basquetebol e karaté. Estamos a direccionar alguns investimentos neste sector, com vista a valorizar o talento e género criativo dos jovens. Vamos começar a formar técnicos e árbitros para poder profissionalizar as nossas competições internas e, num futuro próximo, termos competidores de alto rendimento”, referiu.
Panzo Joaquim destacou também a existência de jovens talentos na música, artes plásticas e artesanato, onde, inclusive, alguns já representam o município nos vários eventos.
Com cinco projectos inscritos, o Bungo beneficia, igualmente, do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM). Em fase avançada de construção está uma escola primária com sete salas de aula na aldeia Mulamba I, e uma outra de 12 salas de aula na vila do Bungo, para acolher alunos do II Ciclo do Ensino Secundário
“Para dinamizar o desporto, a formação de técnicos e árbitros de futebol, andebol, basquete e artes marciais figura no primeiro plano para que a actividade seja massificada e a região possa competir nos campeonatos provinciais e nacionais. Temos muitos jovens talentosos”