Lulas da Paixão prepara terceiro disco
Lulas da Paixão disse, ontem, em Luanda, que em Outubro deste ano vai entrar em estúdio, para preparar as músicas promocionais do terceiro disco de originais, no mercado, para opróximo ano.
O músico, com uma carreira artística de anos, considerou a falta de patrocínios um dos maiores entraves para o lançamento do CD. “Muitos fazem promessas, mas não chegam a cumpri-las”, criticou.
A produção do disco, perspectivou, começa, em força, em Janeiro do próximo ano. Porém, alguns embaraços podem surgir, devido à pandemia da Covid-19, que tem adiado o regresso aos estúdios para a gravação dos temas promocionais do CD, cujos estilos principais são o semba e o bolero.
O novo CD, que sucede “Histórias”, de 2006, e “Kuabite Muvu”, de 2013, tem a produção do DJ Mania. “Depois de sete anos sem colocar um disco no mercado, não por falta de composições, mas por apoios, espero colocar um a altura dos fãs”, prometeu.
Quanto ao número de faixas, o músico acredita não passarem das oito, pelo facto de muitas das vezes os gastos com a produção de um CD serem elevadíssimos e muitos dos temas acabarem por não serem explorados. “Temos muitas despesas e depois só tocam um ou dois temas. É uma realidade que precisa mudar. Quem tem a responsabilidade de promover os discos deve explorar melhor as canções”, desabafou.
A falta de sensibilidade em relação ao semba de alguns promotores, continuou, tem contribuído, negativamente, na pouca divulgação e preservação dos estilos musicais de raiz. “O país já tem tido muitos bons sembas, mas ainda há dificuldades na promoção destes”, lamentou.
Carreira
Com mais de 50 anos de carreira, Lulas da Paixão foi o vencedor do Prémio da Crítica da 17ª edição do Top dos Mais Queridos. Natural da Ilha do Cabo, Luanda, o cantor faz parte da história da música urbana angolana e é responsável pela criação de alguns temas de êxito do cancioneiro angolano, o que lhe valeu uma homenagem em 2013, no Centro Cultural e Recreativo Kilamba, no programa Muzonguê da Tradição.
O cantor começou a carreira artística no grupo “A Caravana”. Porém, a projecção aconteceu em 1968, quando actuou, com o extinto grupo Musangola, no projecto cultural “Kutonoka”.
Enquanto compositor, produziu várias músicas, e como artista tem passagem em diferentes agrupamentos, como Os Corimbas, Os Ébanos, Os Astros, Jovens do Prenda, Os Merengues e Semba Tropical.