Arquitectos querem colocar sector ao serviço da economia
A Ordem dos Arquitectos de Angola pretende aproveitar ao máximo as potencialidades que o sector dispõe para ajudar a desenvolver a economia nacional, à luz do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI) e do Programa de Apoio ao Crédito (PAC).
Em declarações ao Jornal de Angola, o seu bastonário, Celestino Chitonho, disse que a instituição está a orientar os gabinetes dos arquitectos a incentivar o uso dos materiais fabricados em Angola na construção civil, medida esta que visa permitir valorizar a produção nacional e diminuir a pressão às divisas.
“Queremos, nesta primeira fase, colocar a arquitectura como um dos produtos do PRODESI e do PAC, aproveitando estes projectos do Governo.
Celestino Chitonho considerou que a intenção é fazer com que todo o material para a construção civil das habitações sejam internos, medida que poderá contribuir para potenciar a economia nacional.
A Ordem está também a propor a utilização de técnicas locais para a construção civil, aproveitando a mãode-obra local, o que poderá contribuir para a diminuição do fluxo de trabalhadores expatriados, reduzindo também à saída de divisas.
Para ele, as construções dos Lodges, na Huíla, cuja técnica tem origem da África do Sul ou Namíbia, incentivou a entrada para Angola de técnicos estrangeiros para a feitura destas infra-estruturas.
“Queremos propor técnicas de construção civil que os povos dominam, para permitir movimentar a mãode-obra local, tendo como consequência desenvolver a economia de cada região do país”, sugeriu.
Um dos objectivos das visitas aos gabinetes dos arquitectos é o de procurar condições técnicas para que os recém-formados possam realizar estágios.
“Actualmente, os arquitectos quando se formam e para entrar na ordem não fazem estágios. Não podemos exigir estágios sem se perceber a realidade dos gabinetes”, revelou.
Políticas públicas
A Ordem dos Arquitectos de Angola prevê, este mês, apresentar, ao Governo, uma proposta para a elaboração das políticas públicas de arquitectura.
O bastonário informou que do ponto de vista formal, Angola ainda não tem políticas públicas de arquitectura, daí a necessidade da contribuição dos filiados para a elaboração das acções e estratégias que deverão ser enquadradas na estratégia nacional para o sector.