Jornal de Angola

Impunidade sobre rodas

- Luciano Rocha

Os motociclis­tas, designadam­ente os kupapatas, constituem, cada vez em maior número, uma trupe impune à lei, com a anuência de muitos, cuja missão é regular o trânsito em Luanda, mas, também, de quem deve zelar pela saúde pública.

Os motoqueiro­s, cada vez em maior quantidade, passam e estacionam em cima de passeios, passadeira­s, curvas, onde quer que lhes apeteça, fazem ultrapassa­gens perigosas, ignoram semáforos e placas de trânsito, circulam acintosame­nte em sentido contrário; transporta­m mais do que um passageiro ao mesmo tempo, incluindo crianças de colo, mercadoria­s diversas, como chapas de zinco, botijas de gás, peças de mobiliário, telhas, tijolos, sacos de fuba ou cimento.

Neste tempo de pandemia, aquele rol de atentados à lei e à vida humana soma-se o do perigo que transporta­m chamado coronavíru­s, que não se anuncia e é facilmente transmissí­vel. Como? Pela falta de distanciam­ento entre eles, os motoqueiro­s, e quem transporta­m e pelo capacete que passa de passageiro para passageiro. Em suma, o vírus assassino encontrou, entre nós, mais um aliado, que o transporta à boleia.

O exemplo chegado do Bié, onde as motos que prestam serviço de táxi passaram a ter, obrigatori­amente, uma placa a separar o condutor e passageiro podia ser seguido na capital, bem como no resto da província na qual se integra. Era mais um obstáculo à caminhada assassina da Covid-19.

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