Impunidade sobre rodas
Os motociclistas, designadamente os kupapatas, constituem, cada vez em maior número, uma trupe impune à lei, com a anuência de muitos, cuja missão é regular o trânsito em Luanda, mas, também, de quem deve zelar pela saúde pública.
Os motoqueiros, cada vez em maior quantidade, passam e estacionam em cima de passeios, passadeiras, curvas, onde quer que lhes apeteça, fazem ultrapassagens perigosas, ignoram semáforos e placas de trânsito, circulam acintosamente em sentido contrário; transportam mais do que um passageiro ao mesmo tempo, incluindo crianças de colo, mercadorias diversas, como chapas de zinco, botijas de gás, peças de mobiliário, telhas, tijolos, sacos de fuba ou cimento.
Neste tempo de pandemia, aquele rol de atentados à lei e à vida humana soma-se o do perigo que transportam chamado coronavírus, que não se anuncia e é facilmente transmissível. Como? Pela falta de distanciamento entre eles, os motoqueiros, e quem transportam e pelo capacete que passa de passageiro para passageiro. Em suma, o vírus assassino encontrou, entre nós, mais um aliado, que o transporta à boleia.
O exemplo chegado do Bié, onde as motos que prestam serviço de táxi passaram a ter, obrigatoriamente, uma placa a separar o condutor e passageiro podia ser seguido na capital, bem como no resto da província na qual se integra. Era mais um obstáculo à caminhada assassina da Covid-19.