Ajudas desproporcionais podem dificultar recuperação económica
A vice-presidente executiva da Comissão Europeia considerou ontem que as “enormes” diferenças na ajuda que cada Estado-membro consegue destinar ao apoio da economia, mitigando os efeitos da Covid-19, podem dificultar a recuperação e a convergência.
Numa conferência, em Berlim, Margrethe Vestager afirmou que todas as medidas tomadas pelos Estadosmembros para combater as consequências económicas da Covid-19 são “necessárias”, ressalvando que estas podem ter efeitos colaterais para toda a União Europeia (UE). Vestager falava perante o ministro da Economia da Alemanha, Peter Altmaier, e outros responsáveis do Executivo.
“As enormes diferenças nos orçamentos nacionais” dos Estados-membros provocam “enormes diferenças” no montante que cada um pode alocar à economia, às empresas e ao emprego, notou.
Para a comissária, esta realidade deve “preocupar todos”, tendo em conta que pode gerar uma “recuperação assimétrica”, bem como “maiores divergências” dentro da UE.
“Na União Europeia só pode haver uma forte recuperação se todos recuperarmos juntos”, acrescentou.
O Governo alemão lançou um pacote de apoios para as empresas e trabalhadores por conta própria de até 750.000 milhões de euros, acima das ajudas lançadas pelos restantes Estadosmembros e equivalente ao montante global do Fundo de Recuperação Europeu.