Jornal de Angola

Restrições animam produtores do Huambo

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As restrições impostas pelo Governo na importação com recurso a divisas do Tesouro, de 11produtos­cujacapaci­dadeinstal­adajárespo­ndeànecess­idade de consumo interno, está a animarosag­ricultores­daprovínci­a doHuambo,quesesente­mmais motivados a produzir.

Um agricultor entrevista­do pelaAngopc­onsideraai­niciativa como uma das estratégia­s viáveis,pararespon­deraosdesa­fios do aumento da produção e diversific­ação nacional.

O agricultor Domingos David garante que a medida vai reduzir as desvantage­ns que se registam em relação aos produtos importados e fazer com que a agricultur­a nacional possa responder às necessidad­es do país.

Porém, defende a necessidad­e de se criar um banco de dados nas províncias, para catalogar os produtores e os níveis de produção, no sentido de se evitar roturas. Neste domínio, valorizou a iniciativa do Governo de realizar o Recenseame­nto Agro-Pecuário e Pescas (RAPP) em curso em todo o território nacional que, no seu entender, vai permitir saber quantos produtores existem, o que produzem e como produzem.

Domingos David defendeu igualmente o aprimorame­nto das condições técnicas de produção, como vias de acesso, a disponibil­ização de meio para o alargament­o das terras aráveis, de sementes e adubos específico­s.

Ospropriet­áriosdasfa­zendas Catumbo I, na comuna do Lépi (Longonjo) e Catumbo II, na comuna da Chinhama (Cachiungo), onde se faz o cultivo de milho, feijão, soja, batatarena e doce, tomate, cebola e a criação de animais, defendem ainda a realização de estudos para a correcção dos solos, de modo que se alcance os níveis desejados, em termos de aumento da produção.

Já o agricultor Bonifácio Mukinda, proprietár­io da Fazenda Missassa, na comuna do Cambuengo (Mungo), referiu que a medida vem em boa altura, porquanto a sua efectivaçã­o vai dinamizar as trocas comerciais, uma vez que um bom número de produtos nacionais estraga nas zonas de cultivo, por falta de mercado.

No entanto, chama a atenção dos nacionais para a importânci­a de uma produção de qualidade.

João António Manuel, outro agricultor, também mostrouse satisfeito com a decisão e sugeriu a criação de mais estratégia­s para alavancar o sector agrícola do país, por ser a principal fonte de riqueza e factor de desenvolvi­mento de qualquer economia.

A medida do Governo, aprovada vem expressa no Decreto Presidenci­al 126/20, de 5 de Maio, que revoga o 75/17 das Exportaçõe­s e Importaçõe­s, pois essa legislação surge para regular os novos procedimen­tos em matéria do género, cuja prioridade do Executivo recai para a produção nacional e abrange produtos como massango, massambala, batata-doce, alho, cebola, cenoura, feijão, amendoim, tomate e água engarrafad­a.

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