Nyusi diz que ataques ameaçam independência
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, considerou, ontem, os grupos armados que protagonizam ataques no Norte do país uma ameaça à Independência Nacional, defendendo a unidade contra a violência na região.
“O terrorismo que afecta alguns distritos do Norte de Cabo Delgado é uma ameaça aos ganhos do 1 de Setembro”, afirmou Filipe Nyusi, numa declaração à Nação.
Filipe Nyusi proferiu a declaração, por ocasião do 46.º aniversário dos Acordos de Lusaka, assinados em 7 de Setembro de 1974 pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), actual partido no poder, e pelo Governo português para o estabelecimento das condições de declaração da Independência de Moçambique, a 25 de Junho de 1975.
Nyusi avançou que a acção dos grupos armados que actuam na província de Cabo Delgado mina as liberdades conquistadas com a assinatura dos Acordos de Lusaka.
“Os terroristas cometem crimes hediondos, sem dar o rosto, assassinam crianças, mulheres e homens e destroem bens”, frisou o Presidente moçambicano.
Filipe Nyusi repudiou a reivindicação da defesa do Islão que alguns dos grupos armados têm feito, assinalando que o país foi sempre conhecido no mundo pela liberdade e convivência pacífica entre religiões.
“Aqui em Moçambique não existe um histórico que relata conflitos entre religiões e somos admirados no mundo por isso”, destacou. O país, prosseguiu, deve manter-se vigilante em relação à utilização da religião para a justificação da violência. “Queremos capitalizar esta ocasião para convidar todos os moçambicanos, independentemente da sua ideologia, religião, inteligência e experiência, para o combate a estes males”, salientou o Chefe de Estado.
As cerimónias centrais do 7 de Setembro foram realizadas na cidade de Quelimane, capital da Zambézia.