Jornal de Angola

Julian Assange rejeita novo pedido dos EUA

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O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, rejeitou, ontem, mais uma vez, a extradição para os Estados Unidos, perante um novo pedido de Washington para que seja julgado por 18 acusações de espionagem e conspiraçã­o.

A juíza do tribunal criminal de Londres, Vanessa Baraitser, recusou o pedido dos advogados de Assange para que fosse excluída do processo a referência de “nova conduta criminosa” que é agora imputada ao réu pela Justiça norte-americana, numa acusação apresentad­a em Junho e formalizad­a em Agosto.

O novo despacho, que sustenta o novo pedido de extradição, mantém as 18 acusações imputadas em Abril de 2019, mas amplia agora especialme­nte a de intrusão, que inclui não apenas os negócios com o exmilitar norte-americano Chelsea Manning, em 2010, mas também relações com outras pessoas com quem Assange alegadamen­te teria conspirado, entre 2009 e 2015, para divulgar segredos no seu portal na Internet.

Envergando um fato escuro e gravata e de cabelo curto, Assange, de 49 anos, apresentou-se no Tribunal Criminal de Old Bailey, em Londres, para confirmar a identidade e repetir a recusa em ser extraditad­o para aos EUA. No exterior do Tribunal, dezenas de apoiantes seguravam cartazes a pedir a libertação do fundador do WikiLeaks, à entrada da primeira audiência do julgamento que tinha sido adiado em Fevereiro, por causa da pandemia da Covid-19.

A defesa de Assange alegou que, devido ao atraso na apresentaç­ão do auto, não teve tempo para analisar as novas denúncias e descartou pedir um adiamento, para não prolongar o processo do seu cliente, que se encontra em prisão preventiva.

A advogada de defesa, Stella Morris, disse mesmo que a extradição de Assange seria o equivalent­e a “uma pena de morte”, dizendo temer que o fundador do WikiLeaks possa acabar com a vida, se tiver de ser julgado nos Estados Unidos, voltando a repetir o argumento de que este processo tem “motivações políticas”.

Ao recusar-se a omitir as novas alegações, a juíza disse que se a defesa rejeitasse a opção de adiamento, a única opção seria refutar cada um dos crimes acusados, durante o julgamento.

Os Estados Unidos querem processar Julian Assange por 17 crimes sob alçada da lei de espionagem e um pela lei de fraude e abuso informátic­o, pela disseminaç­ão, em 2010 e 2011 (embora agora estenda o período de 2009 a 2015) de registos militares e outros documentos confidenci­ais do Estado.

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