Dimensão espiritual da obra de Neto foi enaltecida por homens das letras
A dimensão espiritual da vida e obra do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, foi mais uma vez enaltecida por figuras das letras, numa actividade músico-cultural, promovida pela União dos Escritores Angolanos (UEA), em Luanda.
O acto, realizado na sextafeira, visou abrir as jornadas comemorativas da UEA, para assinalar o Dia do Herói Nacional, a 17 de Setembro, data de nascimento do Fundador da Nação, instituído feriado nacional em 1980, pela então Assembleia do Povo, em homenagem ao primeiro Presidente da República de Angola, pelo seu contributo na luta contra o colonialismo português e na conquista da independência nacional.
Em declarações à imprensa, o secretário-geral da União dos Escritores Angolanos (UEA), David Capelenguela, mostrou-se satisfeito pelo tributo que os homens das letras prestaram ao Fundador da Nação, aquele que foi também o primeiro presidente da Mesa da Assembleia da UEA.
De acordo com o responsável, estão a ser programadas várias actividades culturais, que vão culminar em 2022, com o centenário do médico, escritor e político angolano, principal figura do país no século XX.
Para o embaixador de Cabo Verde em Angola, Jorge Eduardo Figueiredo, Agostinho Neto representa uma figura importante para a história de Angola, em particular, e em geral para a África, pelo valioso contributo prestado em prol da auto-afirmação e consciencialização do Povo angolano.
Para a embaixadora de Moçambique em Angola, Osvalda Joana, o primeiro Presidente de Angola é uma figura incontornável da história do continente africano, em geral, e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), em particular.
Durante a homenagem, que decorreu na União dos Escritores Angolanos, houve recital de poesia musicalizada.
Perfil
António Agostinho Neto (1922-1979) foi o primeiro Presidente da República de Angola. Era médico de profissão, poeta por vocação e um líder por natureza. Nascido a 17 de Setembro de 1922, na aldeia de Kaxicane, freguesia de São José, no município de Icolo e Bengo, na província de Luanda, era filho do pastor metodista Agostinho Neto, catequista da missão metodista americana em Luanda (sendo mais tarde pastor e professor nos Dembos), e da professora Maria da Silva Neto. Após concluir o ensino primário, entrou para o Liceu “Salvador Correia”, em Luanda, onde terminou o 7º ano em 1944. Depois, partiu para Portugal para frequentar a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra