Fórum de negócios em 2021
O Governo angolano e a União Europeia (UE) realizam, no primeiro semestre do próximo ano, um fórum de negócios de alto nível, com a presença de empresários angolanos e europeus.
A decisão foi tomada, ontem, durante a V Reunião Ministerial Angola-União Europeia, no quadro do programa “Caminho Conjunto”, co- presidida pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António, e pelo alto representante da UE para a Política Externa e Segurança Comum, Josep Borrell.
O fórum vai juntar representantes do sector privado e autoridades públicas, para discutir as modalidades conjuntas de fomento do comércio.
À imprensa, o chefe da diplomacia angolana explicou que o fórum deverá focarse nos sectores com potencial para o crescimento e valor acrescentado, para contribuir para a diversificação da capacidade dos meios de produção em Angola.
Para o efeito, reforçou, as partes entenderam criar, antes, um Acordo de Investimento UE- Angola, o primeiro na história de actuação da União Europeia na África subsariana, com enfoque na facilitação de investimentos.
Com vista a apoiar estes objectivos, as partes manifestaram a intenção de continuar a aprofundar as actividades de diplomacia económica, em particular no que respeita à melhoria do ambiente de negócios e assegurar condições propícias ao investimento, crescimento económico e criação de emprego
Apoio de 20 milhões de euros
Téte António reafirmou que a União Europeia vai desembolsar 20 milhões de euros para apoiar o Governo angolano, no âmbito das reformas em curso, para a diversificação da economia e combate à pandemia do novo coronavírus.
Adiantou que os detalhes para a activação do financiamento devem ser trabalhados e há um canal aberto através dos meios diplomáticos.
Os 20 milhões de euros, disse, serão desembolsados no âmbito das reformas em curso, sem esquecer os 10 milhões já em carteira para equipamentos sanitários e outras questões ligadas ao combate à Covid-19.
Sobre o encontro, que juntou responsáveis dos sectores da Indústria e Comércio e da Economia e Planeamento, o ministro indicou que o mesmo reveste-se de “grande significado” para as relações bilaterais, visando uma cooperação mais activa, participativa e conducente à realização dos compromissos.
Exportações
O ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, apontou o desenvolvimento de uma cadeia de valor de negócios e o enfoque na relação comercial entre as duas partes. O ministro lembrou que, em Maio, desafiou o embaixador da UE em Angola “a criar o corredor de exportação de produtos angolanos para a União Europeia”.
O desafio, disse, tem a ver com a necessidade que temos de olhar para aquela comunidade como mercado preferencial dos produtos que eventualmente sejam necessários na UE e possam ser produzidos em Angola.
Para o efeito, acordaram na identificação de um corredor de exportação que deve ser preparado. Esta preparação, reconheceu, leva algum tempo e o arranque far-se-á com a organização deste evento que vai tratar das cadeias de valor, com destaque para a materialização deste corredor dos bens de produção nacional feitos por companhias nacionais ou em “joint venture” com companhias da UE.
Segundo Victor Fernandes, o principal objectivo foi colocar o tema na agenda e garantir que dos dois lados haja um grupo técnico que vai trabalhar para a materialização do corredor.
Sobre os produtos de exportação, disse, do ponto de vista da política de Governo no sentido de alterar a estrutura económica, o enfoque está a ser dado na produção nacional.
O vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Vladis Dombrovskis, reconheceu que a diversificação económica de Angola e das suas exportações vai contribuir para o crescimento económico e a criação de mais postos de trabalho.
O responsável para a Economia e Comércio garantiu pleno apoio da UE ao pedido de adesão de Angola ao Acordo de Parceria Económica com outros seis países africanos, um facto que tornaria a parceria mais forte e promoveria, também, a integração regional.