Castanheira defende investimento na formação
Coordenador para a massificação do Ferroviário da Huíla expectante com o regresso à competição
Ernesto Castanheira, actual coordenador técnico da equipa do Ferroviário da Huíla, defendeu, em entrevista ao Jornal de Angola, maior aposta nos escalões de formação, com vista a dar suporte ao crescimento do desporto-rei no país.
O técnico da formação adstrita aos Caminhos de Ferro de Moçamedes é de opinião que os clubes devem gizar projectos virados para a massificação da modalidade e à prospecção de talentos a nível dos escalões etários mais jovens.
Em relação ao projecto que abraçou em Agosto do ano transacto, nas terras altas da Chela, disse estar ainda a dar os primeiros passos. “Tínhamos como meta realizar um trabalho aturado no início deste ano, mas depois surgiu a pandemia da Covid19, que veio atrapalhar muita coisa”, disse.
Apesar disso, o técnico com passagens no Girabola, pelo FC Cabinda, FC Bravos do Maquis, Interclube, ASA, ARA da Gabela, Cambondo de Malanje, Eka do Dondo e Atlético do Namibe mostrase convicto num trabalho aturado tão logo a situação de pandemia seja ultrapassada.
Em relação ao retorno das competições nacionais, Ernesto Castanheira entende que pelo facto de a Covid-9 revelar-se como uma pandemia com que o país se háde confrontar ainda por mais tempo, o desporto tem de caminhar e o Girabola retornar o curso. “No meio de tudo que nos aflige, por conta desta pandemia, tem de encontrar-se um meiotermo, para que o futebol regresse o mais rápido possível, principalmente o Girabola, devido às competições africanas que se avizinham. Por isso, urge quem de direito encontrar uma solução para o efeito”, assegurou.
O técnico aplaude também o regresso dos treinos a partir deste amanhã, ao abrigo do artigo 19 do novo Decreto sobre a Situação de Calamidade Pública, anunciada recentemente pelo Chefe da Casa Civil da Presidência da República, Adão de Almeida.
Para Ernesto Castanheira esta medida vem, de facto, permitir o retorno dos treinos colectivos à porta fechada, desde que se observem as regras de biossegurança e de distanciamento físico, abrindo assim caminho para que em breve se efective a disputa das competições. “Isso é bom para o futebol e as demais modalidades”, enfatizou.
E mais ainda: depois dos apoios que a FIFA canalizou para mitigar o impacto da Covid-19, o técnico da turma locomotiva huilana julga que faz todo o sentido se criarem as condições para o retorno do Girabola, pois como disse “não faz sentido algum receber dinheiro desse organismo e não haver competição internamente”.
“Sendo os clubes instituições com ‘ene’ responsabilidades, e terem obrigações de honrar compromissos inerentes a salários de técnicos, atletas e outras questões correntes, foi com naturalidade que se viu o gesto da FIFA de estender a mão para atenuar as dificuldades actuais, nesta fase de pandemia. Resumindo, posso aqui aferir que todo o apoio é sempre bemvindo, e por isso tem que se ponderar já o retorno da competição interna”, disse.