Descobertas eleitorais
O processo de renovação de mandatos nas federações nacionais desportivas está a revelar fenómenos que só agora estão a tornar-se claros, para alguns de nós, de forma surpreendente, como são, por exemplo, os casos que nos chamaram a atenção.
Fiquei surpreendido com os números avançados, pela comissão encarregue de organizar o sufrágio na Federação Angolana de Futebol (FAF), quanto à população votante. Segundo os dados avançados por aquele órgão, existem no país 146 clubes legalizados, que competem (?) regularmente nas provas oficiais e realizaram os processos de renovação. Por isso, estão aptos a votar na eleição dos futuros corpos sociais. A eleição na FAF ainda promete fazer correr rios de tinta, pois os candidatos que já entregaram os processos estão a considerar que a CE “vai fazer batota”, se alargar o prazo de entrega dos processos, além do facto de não ter tido em conta as associações de classe que, certamente, reclamarão a sua “fatia” .
Deixa-me espantado também o facto de, no atletismo estarem a concorrer tantos candidatos, quando há tão pouca gente a fazer atletismo no país. Aliás, a população votante é tão pequena, que nos perguntamos como é que os votos serão divididos por tantos candidatos? A ver vamos, mas o certo é que alguns candidatos vão ficar sem votos. Tantos concorrentes para tão pouca “corrida” revela existir desunião na família atlética.
Surpreendente é também o facto de um dos candidatos ao cadeirão na federação de basquetebol sentir-se incomodado quando vê os concorrentes a anunciarem os seus projectos, chegando ao ponto de ofender a dignidade dos jornalistas, chamando-os de “ardinas” pelo facto de terem feito o seu trabalho. Boa coisa não virá certamente deste pretendente, caso seja eleito. Algo que acredito não vá acontecer, porque o programa do homem não é “peixe nem carne”.
Uma pergunta ao iluminado concorrente. Terá pago a alguém para dar a conhecer o seu projecto? Se assim foi, aceitamos as tuas vis insinuações.
Mais pacífica está, aparentemente, a disputa entre os andebolistas e xadrezistas. Mas, apesar da acalmia há quem diga que o facto de dois membros da direcção do andebol cessante lutarem pelo poleiro também revela haver clivagens numa das modalidades mais conquistadoras do país, ao passo que no xadrez os filiados vão escolher entre a renovação e a mudança.
Nas restantes federações há, por enquanto, um “silêncio ensurdecedor”, não se sabendo quem vai à corrida pelos apetecíveis “cadeirões”, mas que há de correr tinta, disso não temos a mínima dúvida. Que venham as eleições e haja lisura e transparência.
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