Famílias de ex-militares apostam na produção de sabão
Um total de 56 mulheres, com idades entre os 20 e 60 anos, começou, este mês, no município do Lucapa, província da Lunda-Norte, a produzir sabão caseiro, no âmbito das medidas de prevenção e combate à pandemia da Covid-19.
Inserido no projecto “Sabão”, o grupo de mulheres, composto por viúvas, esposas e filhas de ex-militares, beneficiou, durante cinco dias, de uma formação sobre técnicas de fabrico de sabão caseiro, promovida pela direcção da Acção Social e Antigos Combatentes da Administração Municipal do Lucapa, em parceria com os professores de Química da Escola do Magistério Primário 11 de Novembro do Chitato.
A directora municipal da Acção Social e Antigos Combatentes, Lourdes Campos, explicou que a iniciativa enquadra-se no Programa
Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza que, além de contribuir na prevenção e combate ao novo coronavírus, visa também promover o auto-sustento das famílias dos ex-militares.
Numa primeira fase, referiu, foram selecionadas mulheres da sede municipal, das comunas de Camissombo, Xá-Cassau e Capaia, incluindo as localidades diamantíferas de Calonda e Muquita.
Depois de concluírem com êxito a acção formativa, disse, as mulheres terão a missão de partilhar a experiência nas respectivas localidades, para o reforço da prevenção contra a Covid-19 e incentivar o empreendedorismo.
A Administração municipal, garantiu,vai continuar a apoiar as recém-formadas com matéria-prima necessária, como o hidróxido de sódio (soda cáustica), óleo alimentar usado e Etanol, para confecção do sabão caseiro.
Está em curso, também, no âmbito do Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza, uma formação em corte e costura, dirigida a um grupo de 20 mulheres, entres esposas, viúvas, filhas de exmilitares e outras pessoas carenciadas, com o objectivo de criar pequenos negócios para o sustento familiar.
“A referida acção formativa começou este mês e terá a duração de 30 dias. Quando concluírem, as formandas vão receber kits de corte e costura, para criarem pequenos negócios”, garantiu.
O curso está a ser ministrado por três especialistas do Centro Integrado de Emprego e Formação Profissional
do Lucapa, localizado no bairro Roque.
Distribuição gratuita
O coordenador do Projecto “Sabão”, Gonçalves Júnior, garantiu que o sabão será distribuído de forma gratuita às populações mais carenciadas e que a formação vai ajudar na promoção do autoemprego no seio das comunidades rurais.
Lembrou que o Projecto foi lançado em Maio do ano curso, por um grupo de sete professores de Química da Escola do Magistério Primário 11 de Novembro do Chitato.
Garantiu que, sempre que as administrações municipais criarem as condições, os professores de Química estarão disponíveis para dar formação sobre técnicas de produção de sabão caseiro, pois a prevenção e combate à Covid19 exige esforços de todos.
Gonçalves Júnior disse que a Administração Municipal do Lucapa manifestou a intenção de aumentar a capacidade de produção, com vista a responder às necessidades da população.
Satisfação
Cupela Lucombe, 27 anos, filha de um ex-militar, reconheceu que a formação foi proveitosa, já que está em condições de fabricar sabão para vender e conseguir o sustento para a família.
Desempregada e estudante, a jovem disse que vai também distribuir gratuitamente sabão às pessoas sem capacidade financeira, pois só estará a aliar-se às acções de prevenção e combate ao novo coronavírus.
Por seu turno Solange Bibiana, 20 anos de idade, também filha de um desmobilizado da Comuna do Capaia, salientou o facto de um número considerável de mulheres ter participado na formação sobre o fabrico de sabão azul.