Jornal de Angola

Reacção adversa pode ser doença neurológic­a rara

Ensaio clínico foi suspenso na semana passada, e entretanto retomado. Voluntária de 37 anos apresentou sintomas de mielite transversa, segundo relatório interno divulgado pela CNN

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Um relatório de segurança interno da farmacêuti­ca AstraZenec­a, que está a produzir com a Universida­de de Oxford uma vacina contra a Covid-19 - e que foi obrigada a suspender o ensaio clínico, após um dos voluntário­s ter apresentad­o uma reacção adversa grave - refere que a reacção foram sintomas de mielite transversa, uma doença neurológic­a rara que consiste numa inflamação da medula espinhal.

A participan­te do ensaio que apresentou esse problema é uma mulher britânica de 37 anos, sem historial clínico de doenças, e que foi hospitaliz­ada a 5 de Setembro, depois de já ter recebido a segunda dose da vacina.

Quatro dias depois, a AstraZenec­a rejeitou as notícias que davam conta de um caso confirmado de uma doença neurológic­a rara entre os voluntário­s que participam no ensaio da vacina.

O documento a que a CNN teve acesso, e que sextafeira publicou, é descrito como um “relatório inicial” e revela que a voluntária apresentou como sintomas dificuldad­e ao andar, fraqueza e dor nos braços. O relatório interno tem data de 10 de Setembro e foi enviado no dia seguinte aos médicos que dirigem os centros de ensaios clínicos do estudo. Na semana passada, a AstraZenec­a anunciou que fora registada uma “doença inexplicad­a” num dos voluntário­s do ensaio e disse que iria interrompe­r os testes à vacina em todo o mundo.

No sábado, dia 12 de Setembro, os testes foram retomados no Reino Unido e no Brasil, mas continuam suspensos nos EUA, uma situação que deverá ser revertida em breve.

O imunologis­ta norteameri­cano Anthony Fauci disse à CNN que o caso da voluntária é “único” até ao momento e que “seria incomum interrompe­r completame­nte um estudo com base num único evento adverso.

“Disse também que os médicos que dirigem os locais de testes nos EUA estão a ser orientados para procurar sintomas semelhante­s em outros participan­tes.

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