Mais de 43 mil pessoas perderam o emprego
Mais de 43 mil pessoas em Moçambique perderam emprego devido ao impacto das restrições impostas para travar a propagação do novo coronavírus, indica um relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo os resultados do “Inquérito sobre o Impacto da Covid-19 nas empresas”, realizado entre Junho e Julho, as restrições adoptadas para travar a propagação ditaram que um total de 43.578 trabalhadores perdesse o emprego em todo o país. A mais afectada é a província da Zambézia, no centro de Moçambique, onde 27 mil perderam o posto de trabalho.
Segundo o documento, as pequenas empresas foram as que mais encerraram actividades durante este período, afectando, só nesta classe, 41.394 trabalhadores de todas as províncias do país.
As restrições impostas pela pandemia em Moçambique afectaram um total de 80 mil empresas, que foram obrigadas a encerrar as portas, rescindir ou suspender contratos.
A suspensão de contrato de trabalho é definida como uma “paralisação temporária” e a legislação moçambicana prevê que o empregador pague no primeiro mês 75% do salário, no segundo 50% e, no terceiro, 25%.
“No capítulo da suspensão de contratos, foram afectados 62.700 trabalhadores, destacando-se a cidade de Maputo, onde mais de 17 mil contratos ficaram suspensos”, declarou Adriano Matsinbe, director de Estatísticas Sectoriais e de Empresas no INE, falando durante a apresentação dos resultados do estudo, terça-feira, em Maputo.
Segundo o documento, a rescisão de contratos foi mais adoptada por empresas das províncias de Cabo e Cidade de Maputo, estando a capital, ao lado de Tete e Sofala, entreasquetiveramomaiornúmero de trabalhadores despedidos.
Moçambique viveu com restrições nos últimos cinco meses, no âmbito de duas situações de Estados de Emergência, um dos quais prorrogado por três vezes, decretadas para travar a propagação do novo coronavírus no país.
Na semana passada, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, decretou, portempoindeterminado, a situação de Calamidade Pública, mantendo, no geral, restrições, mas definindo a retoma faseada das actividades económicas.