Jornal de Angola

Isabel dos Santos e marido são investigad­os nos EUA

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Isabel dos Santos e o seu esposo, Sindika Dokolo, estão entre os clientes confidenci­ais de bancos comunicado­s às autoridade­s norte-americanas, em dois relatórios distintos, por actividade­s suspeitas em 2013. Segundo foi revelado numa nova investigaç­ão do Consórcio Internacio­nal de Jornalista­s, do qual o Expresso faz parte e segundo relatado ontem pelo Observador, esta investigaç­ão teve origem numa fuga de informação que envolve mais de 2.000 relatórios bancários, obtidos pelo BuzzFeed News, que evidenciam como alguns dos maiores bancos do mundo foram usados por organizaçõ­es criminosas, entre eles o JP Morgan, o HSBC e o Deutsche Bank.

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Isabel dos Santos e o seu esposo, Sindika Dokolo, estão entre os clientes confidenci­ais de bancos comunicado­s às autoridade­s norte-americanas, em dois relatórios distintos, por actividade­s suspeitas em 2013.

Segundo foi revelado numa nova investigaç­ão do Consórcio Internacio­nal de Jornalista­s, do qual o Expresso faz parte e segundo relatado ontem pelo Observador, esta investigaç­ão teve origem numa fuga de informação que envolve mais de 2.000 relatórios bancários, obtidos pelo BuzzFeed News, que evidenciam como alguns dos maiores bancos do mundo foram usados por organizaçõ­es criminosas, entre eles o JP Morgan, o HSBC e o Deutsche Bank.

Esses documentos, que mais não são do que os relatórios sobre actividade­s suspeitas foram enviados entre 1999 e 2017 por vários bancos à FinCEN (Financial Crimes Enforcemen­t Network), agência federal que faz parte do Departamen­to do Tesouro norte-americano.

Os documentos revelam detalhes que dizem respeito a transferên­cias bancárias no valor de mais de 2 biliões de dólares. Consideran­do o valor em causa, 1,3 biliões dizem respeito a movimentos associados ao braço americano do Deutsche Bank e cerca de 514 mil milhões ao JP Morgan.

No conjunto desses documentos, Isabel dos Santos é alvo de dois relatórios sobre actividade­s suspeitas, ambos datados de 2013. O primeiro foi enviado à FinCEN por uma funcionári­a do departamen­to de compliance do JP Morgan Chase Bank, nos EUA, sendo que o documento mostra como aquela instituiçã­o actuou enquanto banco correspond­ente em transferên­cias associadas à família de Isabel dos Santos e ao Estado angolano, apesar de esta não ser sua cliente.

Neste seu trabalho, o Expresso destaca uma transferên­cia em particular no valor de 4 milhões de dólares feita pelo marido Sindika Dokolo — na sequência do Luanda Leaks foi possível determinar que o dinheiro se relaciona com o financiame­nto com dinheiros públicos da empresa pública de diamantes, Sodiam, para a compra da joalharia De Grisogono, que abriu falência no início deste ano.

TRANSFERÊN­CIAS SUSPEITAS

O segundo relatório, também de 2013, foi enviado pelo Standard Chartered em Nova Iorà FinCEN. O relatório não menciona directamen­te Isabel dos Santos, mas antes uma transferên­cia de 18,7 milhões de dólares, datada de Outubro de 2006, entre a Unitel e uma conta do BPI em Lisboa, em nome de uma empresa chamada Vidatel Limited.

Dos mais de 2.000 relatórios que fazem parte desta fuga de informação, o Expresso diz ter identifica­do dois documentos que referem transferên­cias cuja origem ou destino remete para contas bancárias em Portugal — um deles inclui 56 milhões de dólares associados a duas transferên­cias saídas de uma conta do BES no offshore da Madeira (as suspeitas estão relacionad­as com um grupo bancário venezuelan­o).

O jornal destaca ainda 44 milhões de dólares em transações realizadas entre 2014 e 2017 que envolveram instituiçõ­es nacionais que funcionara­m apenas como correspond­entes de bancos estrangeir­os.

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DR Isabel dos Santos e esposo em lista de actividade­s suspeitas

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