Várias toneladas de feijão-frade e de massango chegam a Luanda e mercado local
Governo local está a criar condições logísticas, para que a campanha agrícola 2020/2021 seja melhor que a passada, sobretudo no que toca ao apoio com sementes às cerca de 68 mil famílias camponesas
Mais de 150 mil toneladas de milho, massango, massambala e feijão-frade (macunde), produzidas na província do Cuando Cubango durante a campanha agrícola 2019/2020, começaram a ser escoadas para os distintos mercados formais e informais da região e de Luanda, anunciou o director provincial da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, António Vicente.
Mais de 150 mil toneladas de produtos diversos, com realce para milho, massango e massambala, produzidos na província do Cuando Cubango na campanha agrícola 2019/2020, começaram a ser escoadas para os distintos mercados (formais e informais) da região, incluindo os de Luanda, para onde estão a ser despachadas enormes quantidades de feijão-frade (Macunde).
O director provincial da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, António Pereira Vicente, disse que a procura pelo feijão-frade é “muito grande e, diariamente, senhoras de negócios são avistadas em lavras da população, nos mercados dos bairrosPaz e Tchivonde, a ensacarem o macunde”, que posteriormente são despachados para Luanda, através de camiões que levam para o Cuando Cubango bens de primeira necessidade e materiais de construção civil.
Por esse motivo, fez saber que a instituição que dirige já trabalha, em coordenação com associações de camponeses e da agricultura familiar, para o fomento da produção do feijão-frade na nova campanha agrícola, tendo em atenção as excelentes condições aráveis existentes em quase toda a extensão da província.
António Pereira destacou que na campanha agrícola 2019/2020 foi possível, também, a recuperação de cerca de 70 por cento da produção de cereais, sobretudo milho, massango e massambala, que os camponeses haviam perdido no ano anterior, devido à estiagem. A cifra de mais de 150 mil toneladas obtidas na campanha agrícola passada é ainda provisória, porque muitos camponeses da província continuam a fazer colheita, que se es-tende,normalmente, ao mês de Outubro.
Ano agrícola 2020/2021
O director provincial da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, António Pereira Vicente, informou que o Governo local está a criar condições de logística, para que a campanha agrícola 2020/2021 seja melhor que a passada, sobretudo no que toca ao apoio das cerca de 68 mil famílias camponesas controladas a nível da província com sementes e preparação das terras com tractores. O responsável garantiu que, neste momento, os camponeses estão a ser melhor acompanhados e serão contemplados com mais de 70 toneladas de sementes diversas, incluindo dez toneladas de adubos. Acrescentou que o Governo da Província prevê distribuir, nos próximos dias, mais de 100 toneladas de fertilizantes, para que os homens da lavoura melhorarem as culturas. Além dos meios já distribuídos, adquiridos pelo Governo local, a província vai receber do Ministério da Agricultura e Pescas mais sementes e instrumentos agrícolas, para que os camponeses possam trabalhar sem constrangimentos.
Com esse reforço, António Pereira disse não ter dúvidas, que a próxima colheita venha a produzir acima de 170 mil toneladas de produtos diversos, se as chuvas caírem com a devida regularidade, como aconteceu na época passada, emquezonascíclicasdoCuando Cubango, onde já não chovia há tempos, tiveram quedas pluviométricasao“ardasuagraça”, dando um novo impulso na produção agrícola familiar.
Pólo do Jamba Cueio
Recentemente, procedeu-se ao lançamento do Pólo Agrícola Comunitário da comuna de Jamba Cueio, numa extensão de 50 hectares, para atender 25 famílias camponesas, que darão prioridade ao cultivo de milho, massango, feijãofrade, repolho, couve, cebola, alface, cenoura e melancia.
António Pereira disse que o empreendimento está a ser executado numa extensa pradaria, a 18 quilómetros da sede comunal de Jamba Cueio, onde o Governo da Província se responsabilizou do tratamento das terras e da entrega de sementes diversas, enxadas e fertilizantes, para que os camponeses possam melhor trabalhar.
Até agora, já foram criados na província do Cuando Cubango sete PólosAgrícolas, cada uma com 50 hectares, sendo três no município de Menongue e igual número no Cuchi, além do maior, com cerca de 300 hectares, localizado no Licua, município de Mavinga, vocacionado para a produção de alho em escala.
O governador do Cuando Cubango, Júlio Bessa, afirmou que a prosperidade da província está nas suas terras aráveis e recursos hídricos, que vão permitir a produção, em grande escala, de culturas diversas, para alimentar não só o país, mas a Namíbia, Zâmbia, Zimbabwe, Botswana e outros países que se interessarem por produtos angolanos. “O ‘slogan’ que usamos da província do Cuando Cubango, como terra do futuro e da prosperidade, não é mais do que pelo facto de a mesma ter recursos naturais intocáveis e em abundância, sobretudo no sector da Agricultura, que deve dar de comer a quem tem fome”, disse.
Júlio Bessa anunciou que o Governo do Cuando Cubango pretende criar mais pólos agrícolas comunitários nas 32 comunas que compõem a província, para que a população também deixe de abater indiscriminadamente animais, para consumo ou venda, sendo uma situação que coloca neste momento em risco a existência de várias espécies de recursos faunísticos.